terça-feira, 18 de novembro de 2014

Romero Britto é arte?

  Antes de qualquer pesquisa, minha ingênua opinião sobre Romero Britto ser arte ou não era de que: “Sim, embora não seja uma arte que nos faz refletir, é uma arte decorativa” e por isso escolhi defendê-lo num trabalho da faculdade. Pesquisa vai, conversa vem, discussões de corredor surgem, debates em sala de aula também e minha cachola dá um nó.
  Ok, que ele se inspira em Picasso e Matisse, todos já sabemos... E o que mais? O que a arte dele nos oferece? O que o Romero traz nas suas pinceladas? Uma mensagem subliminar através de suas cores e formas geométricas? Ou simplesmente coloridos com fins lucrativos?
   No que diz respeito aos coloridos com fins lucrativos, como não citar a pop arte? Andy Warhol e as latas Campbell’s fizeram muito sucesso e até hoje sofrem um bombardeio de críticas pela aversão ao capitalismo que acabou enriquecendo os artistas do movimento. Que através dos produtos industrializados e artistas populares da época, satirizando, mostrava que qualquer coisa podia virar arte, acentuando a crise que a arte sofria no momento.
  Quanto às cores... Nietzsche, um renomado filósofo, nos diz que: “A arte deve antes de tudo e em primeiro lugar embelezar a vida” e, de certa forma, a arte de Romero com todas as suas cores agradam os nossos olhos, sem generalizar, pois assim como vimos em Cristina Costa a arte pode atingir-nos de maneiras diferentes e, geralmente, o faz. O estado de espírito também deve ser levado em consideração, visto que, num dia pra lá de tristonho não há obra de Romero Britto que possa dar um “up”.
   Confesso que li muito mais coisas contra a arte do Romero do que a favor, e não foi só por curiosidade, é que realmente ele está em voga nas discussões sobre arte contemporânea, mas, o que eu acho que não pode advir é deixarmo-nos levar por opiniões alheias, e sim, buscar cada vez mais fontes que nos ajudem a refletir sobre o assunto e chegar a nossa conclusão particular.
   E após toda a pesquisa, cheguei a três conclusões:

1. Não possuo cacife pra dizer o que é arte ou não.

2. Romero Britto é um artista e faz arte, uma arte que pela supervalorização acaba sendo desvalorizada, é um perfeito paradoxo. Mas assim como os pop-artistas, há crítica, a diferença é que eles criticavam a massificação da cultura popular capitalista e o Romero afunila a arte até chegarmos num ponto de perguntar: “Isso é arte?” ou afirmar que: ‘’Qualquer um faz isso!”. No caso, Romero é quem gera a crítica, por ser uma arte que carece de sentido, além do embelezamento e a alegria. Acredito profundamente, bem do fundo das minhas entranhas chegando no âmago, que a arte tem mais poder do que isso, muito mais! E é triste, se não deplorável, limitá-la a uma simples decoração ou expressão.

3. Temos sempre, SEMPRE, que olhar a arte de cada artista, através de uma lente ao mesmo tempo antiga e atual, ou seja, procurar entender o momento histórico, o que aconteceu para chegar a tal ponto, compreender e olhar com um olhar crítico e não um olhar subjetivo-pessoal-imaculado, pois a história da arte é colossal e sublime, então, é muito superficial enxergamos apenas o que nossos olhos nos deixam ver, temos que ir além... Aprender a mastigar, engolir, digerir e o mais importante, nunca saciar a fome de arte.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Alfredo Volpi em: "simpleza fascinante''

Nascido na Itália, radicado no Brasil. Alfredo Volpi (1896-1988), foi trazido pelos pais para o Brasil, em 1898, com pouco mais de um de idade. De família humilde, residente na cidade de Cambuci (SP), Volpi começou a trabalhar cedo, por volta dos doze anos, para ajudar a parentela. Foi marceneiro, encadernador, carpinteiro, entalhador e antes de dedicar-se somente a pintura e viver de sua arte, foi decorador de paredes dos casarões de São Paulo. Não teve formação acadêmica e por isso foi considerado um auto-didata, um talentoso “pintor de domingo”. Sua obra perpassa por diversos temas, dentre eles: natureza, paisagens marítimas, retratos, concretismo, casarios e as tão aclamadas bandeirinhas, que marcaram então, sua vasta obra. Outro fragmento intrínseco à Volpi em toda a sua carreira artística, eram os materiais que ele dispunha, feitos por ele mesmo, como pigmentos, tintas (têmpera) e telas. O artista dizia que essa era a parte relaxante, e que pintar, era o que cansava.
   Não era do agrado de Volpi ser inserido em algum grupo ou movimento, ele dizia que apenas pintava, as pessoas que tentavam ficar encaixando-o em determinado lugar. Certa vez perguntaram a Alfredo Volpi: você não é de falar muito, não? E então ele respondeu: “Eu não falo, eu pinto!”.
    Na década de 40, Volpi e sua esposa Judite (inspiração do quadro Mulata, 1927) foram para Itanhaém, onde teve contato com as belíssimas festas juninas e foi abruptamente encantado pelas suas características peculiares, em especial, as graciosas bandeirinhas. Os dois tiveram uma filha juntos e adotaram outras dezenove crianças. Em 1944 o pintor realizou a sua primeira exposição individual, foi magnânima, todos os quadros foram vendidos, e um (de tema marítimo) foi comprado por Mário de Andrade, o Pai do Modernismo. Embora, em sua época, tenha sido muito criticado justamente por sua simplicidade e carência de formação profissional, hoje, Volpi é considerado como um dos artistas ilustres da Segunda Geração do Modernismo Brasileiro. Mas não pense que não havia quem o valorizava, pois, Volpi atraiu olhares positivos de críticos estrangeiros demasiado importantes, ganhou múltiplos prêmios, um deles, de melhor pintor do ano pela crítica carioca. Ele também expôs suas obras em Nova York, Brasília, São Paulo, isto é, foi admirado por muita gente, devido as suas cores, traços e toda a sua simpleza.
   A habilidade de Alfredo Volpi em traduzir a vida simples e corriqueira, através de pinceladas coloridas é o que efetivamente encanta-nos. A partir de traços genuínos e afáveis, Volpi nos mostra um mundo fascinante sobre seu panorama de caráter humilde, porém, de muita veemência.

  Abaixo, uma breve série de obras do Alfredo Volpi:






Casas / Alfredo Volpi


Mastro de São Pedro / Alfredo Volpi


Mulata, 1927 / Alfredo Volpi


Festa de São João, 1953 / Alfredo Volpi


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O mundo surreal de Jacek Yerka

   Jacek Yerka é um polonês nascido em 1952. Yerka sempre viveu em meios artísticos, filho de dois estudiosos nda área de arte, foi sempre incentivado e infiltrado de maneira quase imperceptível no mundo das artes. Assim como qualquer outra criança, curiosa e disposta a conhecer coisas novas, ele gostava de pinturas e esculturas e começou a demostrar a partir daí, sua criatividade singular. Embora desde cedo tenha sido fomentado o instinto artístico de Jacek, ele não tinha planos de se tornar artista, como seus pais, apesar do apreço pela área, pensava em estudar medicina ou astronomia. O seu caminho foi desviado quando, um ano antes de seu exame final, decidiu tentar trabalhar com tinta. Foi o estopim de uma carreira prestes a surgir, e desde então, começou a estudar arte e design gráfico e nunca mais parou de pintar. Seus instrutores, durante a faculdade, o induziram à adotar o método contemporâneo, não muito detalhado. Mas ele preferiu as técnicas meticulosas e se inspirou na pintura Flamenga. 
   Suas obras refletem sonhos, memórias, fragrâncias e devaneios de sua infância. O caráter naturalístico é fruto dos lugares que ele viveu, do lugar que vive hoje e da casa de sua avó, onde passou boa parte do tempo enquanto criança. Jacek também pinta animais enigmáticos e paisagens extraordinárias, somados à arquitetura fascinante e as técnicas de 1950, que o encantam, e também influenciam seu trabalho até hoje. Ainda que suas obras possuam características flamengas e impressionistas, Yerka, sobretudo, é considerado um pintor surrealista. 

   Agora vem comigo imergir nesse mundo surreal, wiiiiii:
Yerka <3


Jacek Yerka


need a flood of knowledge? open a book! jacek yerka


Jacuzzi, Jacek Yerka


Summer - Jacek Yerka - WikiPaintings.org


Jacek Yerka


Jacek Yerka