Nascido na Itália, radicado no Brasil. Alfredo Volpi (1896-1988), foi trazido pelos pais para o Brasil, em 1898, com pouco mais de um de idade. De família humilde, residente na cidade de Cambuci (SP), Volpi começou a trabalhar cedo, por volta dos doze anos, para ajudar a parentela. Foi marceneiro, encadernador, carpinteiro, entalhador e antes de dedicar-se somente a pintura e viver de sua arte, foi decorador de paredes dos casarões de São Paulo. Não teve formação acadêmica e por isso foi considerado um auto-didata, um talentoso “pintor de domingo”. Sua obra perpassa por diversos temas, dentre eles: natureza, paisagens marítimas, retratos, concretismo, casarios e as tão aclamadas bandeirinhas, que marcaram então, sua vasta obra. Outro fragmento intrínseco à Volpi em toda a sua carreira artística, eram os materiais que ele dispunha, feitos por ele mesmo, como pigmentos, tintas (têmpera) e telas. O artista dizia que essa era a parte relaxante, e que pintar, era o que cansava.
Não era do agrado de Volpi ser inserido em algum grupo ou movimento, ele dizia que apenas pintava, as pessoas que tentavam ficar encaixando-o em determinado lugar. Certa vez perguntaram a Alfredo Volpi: você não é de falar muito, não? E então ele respondeu: “Eu não falo, eu pinto!”.
Na década de 40, Volpi e sua esposa Judite (inspiração do quadro Mulata, 1927) foram para Itanhaém, onde teve contato com as belíssimas festas juninas e foi abruptamente encantado pelas suas características peculiares, em especial, as graciosas bandeirinhas. Os dois tiveram uma filha juntos e adotaram outras dezenove crianças. Em 1944 o pintor realizou a sua primeira exposição individual, foi magnânima, todos os quadros foram vendidos, e um (de tema marítimo) foi comprado por Mário de Andrade, o Pai do Modernismo. Embora, em sua época, tenha sido muito criticado justamente por sua simplicidade e carência de formação profissional, hoje, Volpi é considerado como um dos artistas ilustres da Segunda Geração do Modernismo Brasileiro. Mas não pense que não havia quem o valorizava, pois, Volpi atraiu olhares positivos de críticos estrangeiros demasiado importantes, ganhou múltiplos prêmios, um deles, de melhor pintor do ano pela crítica carioca. Ele também expôs suas obras em Nova York, Brasília, São Paulo, isto é, foi admirado por muita gente, devido as suas cores, traços e toda a sua simpleza.
A habilidade de Alfredo Volpi em traduzir a vida simples e corriqueira, através de pinceladas coloridas é o que efetivamente encanta-nos. A partir de traços genuínos e afáveis, Volpi nos mostra um mundo fascinante sobre seu panorama de caráter humilde, porém, de muita veemência.