segunda-feira, 25 de maio de 2015

The Rape of Proserpina

The Rape of Proserpina, 1621

Gian Lorenzo Bernini

(Galleria Borghese, Roma)

     O rapto de Prosérpina foi a primeira obra mitológica esculpida por Bernini. À pedido do cardeal e mecenas Scipione Borghese, Bernini produziu essa obra, aos 24 anos (há controvérsias de que ele a esculpiu aos 23 anos, mesma idade de Michelangelo quando esculpiu a Pietá).
     Se fosse necessário descrever esta obra em 3 palavras, seriam estas as escolhidas: EXPRESSÃO, DRAMATICIDADE E MOVIMENTO. Peculiaridades do estilo Barroco, que Bernini soube trabalhar como nenhum outro. Gombrich diz que as figuras de Bernini parecem respirar, concordo totalmente. Suas obras possuem uma vivacidade surpreendente, tanto pelas expressões faciais, quanto pelos tecidos que envolvem as personagens, parece tudo muito tangível. Como se a Prosérpina estivesse conseguindo escapar de Plutão, que tenta raptá-la, como se ouvíssemos o resmungo de Plutão pelo empurrão que Prosérpina dá em seu rosto e ainda por cima escutássemos os gritos de socorro da indefesa Prosérpina.  



    A obra conta o mito do rapto de Prosérpina da maneira mais teatral, aliás, as obras barrocas têm essa tendência dramática, e Bernini a executa com destreza, combinando-a com a fidelidade dos traços humanos, dos dedos ao semblante das personagens, envolvendo-nos na cena apresentada. Se por fotos já ficamos impressionados, imagina só ver isso de perto, aquela história de “perder o ar” se concretizaria.
     Dentre tantas maravilhosas obras, escolhi esta, pois, mesmo antes de saber que existia um mito sendo contado por trás da obra, imaginava uma história parecida. Ou seja, mesmo não conhecendo, a gente previamente entende, porque é sincero e tão verdadeiro que comove. Fora isso... Amei a maneira como a obra foi disposta, todas as curvas, a pele tão viva e as expressões tão enérgicas dão movimento ao conjunto, fazendo um convite a nos envolver, percebendo cada elemento tácito presente, que ajuda a contar esse mito. 

A artificialidade do Ballet



O ballet é uma arte, dentro da área da dança, transitando pelo teatro também, e como tal, foi criada e desenvolvida pelo homem. Toda arte é artificial, justamente por ser feita através das mãos, corpo, mente e sentimentos humanos. Porém, a artificialidade do ballet, se atenua, pois, além de ser criação humana, os movimentos apresentados no estilo, a técnica exigente, tudo isso, ainda, interpretando, é extremamente estilizado e artificial, o que fez surgir a identidade da modalidade, junto a outros elementos. Sabemos que não é normal, ou ao menos comum, alguém esticar a perna em linha reta para cima na ponta dos pés, é totalmente artificial. Mas é uma artificialidade esplêndida, que não deixa de ser bela em momento algum, e que apesar de todo o artificialismo, ainda nos transmite a sensação de calma, tranquilidade e serenidade.

Barroco e a Realeza



A realeza do séc XVII e XVIII, assim como a igreja Católica, usufruiu da arte para sublimar vosso poder, porém, de maneira diferentemente explícita.

Enquanto os religiosos construíam poderosas igrejas para encantar o povo, e trazê-los para o cristianismo através da emoção proporcionada pela grandiosidade da arte barroca, os reis e príncipes, utilizavam a arte para demonstrar vossos poderes. Muito embora nesta época, alguns destes líderes fossem considerados seres divinos por seus súditos, a intenção dos mesmo, era vangloriar a si mesmo, não Deus.

As igrejas, cada vez mais, investiam na arte visando mostrar à população um pedaço do céu, cativando-a pelo íntimo, pelo sentimento e pelo medo. E a realeza, através de suas construções colossais, enormes salas e descomedidos detalhes, queriam demonstrar tamanho poder que lhes cabia, mediante aos seus súditos. Luís XIV foi um desses reis, que como poucos, serviu-se da arte (e dizem que era um grande apreciados da arte) para demonstrar ao mundo o seu poder.

domingo, 3 de maio de 2015

Arte Dell'amore

   Concebida por Luana Colosio, no dia 2 de maio de 2015, aproximadamente às 19 horas da noite, num momento o qual seu amado companheiro de vida diz ela ter tido um insight. A Arte Dell’amore, tem como propósito maior transmitir “sintomas do amor”. De caráter simples e singelo, a Dell’amore abraça características de várias manifestações artísticas, porém, serve-se das mesmas, voltada ao seu ponto, intimamente, particular: propagar o amor.
   Em meio a tanta correria no dia-a-dia, esquecimentos sobre o que realmente importa, tantas palavras que machucam o coração e discussões desnecessárias, a Arte Dell’amore, busca materializar os sentimentos amorísticos; como abraços que transmovem, borboletas no estômago, sexo transcendente, arrepios de prazer, o sentir-se nas alturas e saudades que apertam, para através de suas obras de arte, tocar de algum jeito no cerne de cada ser humano que tem contato com a mesma, despertando tal sentimentos.
   A Dell’amore desfruta de qualquer coisa como suporte artístico (objeto, corpo, anything), que são colocados em pauta para conduzir o espectador à mensagem que deseja comunicar, podendo também dispor de cenários elaborados, aproximando-se da Instalação, para conduzir o público a entrar em seu amável mundo e se entregar, mesmo que por minutos, fazendo desses poucos minutos, intensos, fugazes e memoráveis.
   Como surgiu a pouquíssimo tempo, essa arte ainda tem muito a crescer, e que cresça muito, como arte ou não, que possamos olhar para as coisas, pessoas, lugares, e sugar o que eles têm de melhor, o melhor, o amor... Quem entra nessa “dança” em busca de um único momento de amor, lamento dizer, mas, irá se desapontar. Para entender a Arte Dell’amore você precisa não somente conhece-la, precisa se entregar, e acima de tudo, praticá-la, pois, ela faz um convite à propagação do que existe de mais lindo nessa vida, o amor através da arte!