segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O estilo de Claude Monet


          Monet foi fundamental para o desenvolvimento do impressionismo, não fosse o quadro “Impressão”, quem sabe, hoje nem reconheceríamos tal estilo como impressionismo. Mas a influência de Monet vai além de uma nomenclatura, seus princípios e práticas, levados afinco até o fim de sua vida, moldaram os ideais do movimento. Monet era conhecedor da época dos gigantes, o Renascimento, dispunha de muita técnica, e o que fazia em seus quadros era pura ciência, buscando retratar a impressão de um instante real da vida cotidiana. Ele possuía um barco adaptado, com seus instrumentos de pintura, foi neste barco que compôs algumas de suas obras mais extraordinárias. Além de todos estes feitos, como viemos estudando, Monet abriu as portas para a modernidade.
          Mas só conseguimos compreender tamanha importância no observando suas obras, que com certeza ao vivo devem ter o triplo do impacto, como estas:

As papoulas silvestres, 1873



          Que foi exibida na primeira exposição impressionista em 1874, podemos enxergar com clareza o talento de Monet em representar uma figura ou uma flor com poucas e ágeis pinceladas.


Arrival of the Normandy Train, Gare Saint-Lazare, 1877



          Ou esta, em que Monet observou a estação de trem, com a fumaça embriagante e a correria das pessoas. Os efeitos fugazes da luz e cor foram captados pelo artista com grande maestria.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Luis XIV e a dança



Luis XIV, também chamado de “O Rei Sol” por sua performance no ballet da noite, teve um reinado longo e repleto de realizações. Foi ele quem deu todo suporte para a dança se desenvolver e se difundir pela França, transformando Paris em nada mais nada menos do que o centro da arte na época em que reinou. Luis XIV demonstrava o seu poderio através da arte, o palácio de Versalhes fala por si só... Ele foi um patrono da arte, investindo muito em espetáculos, regulamentando a ópera, criando cargos e estabelecendo salários, abrindo teatros, promovendo a abertura de escolas de ballet (a primeira, inclusive) acurando, por consequência, o gosto do povo, fazendo com que o ballet cada vez mais tivesse que dispor de técnica, tornando-a cada vez mais importante.

Embora tenha surgido nas cortes italianas, o ballet se consagrou em terrenos franceses e foi lá também, durante o reinado de Luis XIV, que o mesmo saiu das cortes e foi para o teatro. Não fosse seu espírito luxuoso e artístico exacerbado, a dança não teria se expandido pela Europa tão rapidamente e com tanta força, e quem sabe, o ballet não teria se desenvolvido com tal caráter pomposo.

William Turner: o romântico inovador.

Se pensarmos que em cada época, existem ideais diferentes, culturas cultivadas sob visões diferentes, e até mesmo os instrumentos dos artistas são diferentes... Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que através das obras de arte, patrimônio cultural e fonte de informações diretas sobre inúmeras sociedades, pode-se contar a história da humanidade. Neste período que estudamos, mais conhecido como uma revolução: o Romantismo, a intenção dos artistas era de dramatizar, ou melhor dizendo, de dar emoção às suas obras. Diferente do Barroco, é triste, um tanto melancólico, e foi nesta época em que começou-se a imprimir o individual de cada artista em sua obra. Ou seja, o Romantismo abriu as portas para o individualismo do ser humano, expondo sua visão de mundo em suas pinceladas. Penso que a partir do Romantismo é que a história da humanidade pode ser conhecida de modo mais íntimo e peculiar.

“William Turner: o romântico inovador”, esse título foi colocado para dar ênfase às inovações de Turner, um contemporâneo de seu tempo. Depois de Turner, a concepção de pintor paisagístico mudara, natureza e homem foram atados; e o inovador havia a dominado, expressando as emoções dos homens através da mesma, produzindo paisagens intensas e nebulosas.

No primeiro contato com a obra de Turner, a sensação que nos transmite é de movimento e voracidade, um movimento constante das ondas, do mar, da água no seu fluxo contínuo, a neblina pairando pelo céu e as imagens embaçadas, como nossa visão, diante de tais cenas. Isso tem emoção, é intenso... É romântico. Mas Turner não é apenas isso. Esse magnífico pintor foi um contemporâneo de seu tempo, anunciando de modo sutil o que viria pela frente, o Impressionsimo, através de sua impressão realista da natureza, apresentando-nos a sua imensa força e demonstrando-nos domar a mesma.

A obra que eu escolhi, “The Slave Ship” (abaixo), fala por si mesma: brusca, violenta e sincera; com essas palavras, eu a descreveria. O grande feito de J. M. W. Turner é inconfundível! Quando dizem que Turner captou a natureza no seu modo mais intenso, não é balela. Suas pinceladas têm vida, as cores que ele utiliza, dão contraste e fazem de suas pinturas, algo distinto dentro da revolução romântica.


The Slave Ship, 1840





quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Sobre a redução da maioridade penal.

A questão da maioridade penal é extremamente complexa e, a minha pretensão, ao me posicionar contra a (PEC) 171/93, não é de exaurir o assunto, mas proporcionar uma reflexão acerca deste tema, que é tão delicado, e que nos diz total respeito.

A violência existe e sempre existiu na sociedade, desde os seus primórdios, e ao Governo cabe a responsabilidade de lidar com os problemas sociais, ao passo que nós, cidadãos, também devemos colaborar para o bom funcionamento, mas até certo limite; por exemplo: uma criança que é espancada em casa, isso, de fato, reflete no seu comportamento, no seu psíquico e por conseguinte, no seu desempenho escolar. Ao professor, que sabe seus direitos e deveres enquanto cidadão, e que se preocupa com a educação de seu aluno, compete a função de denunciar este(s) pai(s), mas não de ir até a porta da casa dos mesmo tirar satisfação do que sucede. A lei existe para isso! Já dizia Aristóteles “o homem é um ser político”, e defende Ignácio Mendez Kersten em seu artigo “A constituição do Brasil e os Direitos Humanos” concordando com o filósofo: “com razão, pois, a vida em sociedade facilita a divisão do trabalho e, inclusive, a proteção de um grupo em face de outro.”.

Então, torna-se muito cômodo incumbir à instituição educacional o dever de acolher e suprir as necessidades destes jovens criminosos, como anda sendo pronunciado, esquecendo-se de que a mesma é apenas parte deste todo, que colabora, ou no caso da educação brasileira, que deveria colaborar, com a harmonia social (desde a boa convivência até a economia). Mas este é apenas um dos fatores que envolvem a questão da redução da maioridade penal.

De acordo com a Constituição Federal Brasileira, todos têm direito à “educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança (...)”, e se é dever do Estado, enquanto governo que rege o país, proporcionar segurança para os cidadãos, penso que colocar estes jovens de 16 anos de idade dentro de presídios, é não cumprir com este dever. Apoiando essa barbárie, consequentemente, apoia-se a má condução deste Estado, que explora o corpo e cabeça dos que fazem parte deste pedaço de mundo, que lutam todos os dias por melhores condições de vida, enquanto a desigualdade social bate à porta em todos os cantos do país, menos dos políticos, é claro, pois o tapa vista destes cavalos focalizam apenas em suas viagens, carros e mansões de luxo.

Que é mais barato investir na educação (ao invés de promover um corte de 9 bilhões de reais), do que na criação e ampliação de presídios, não se tem dúvidas. Mas não se esqueçam de que este Governo, nutrido até o topo de corrupção, não quer gente que pense, gente que sabe o que é direito e o que é dever. Gente que, sabendo então dos seus direitos e deveres, os reivindicam.

Não podemos colocar a lei contra nós mesmos; agora se pensa em reduzir a maioridade penal para 16, logo será para 14. Levando em conta que este mesmo jovem de 16 anos, que tem idade para ser preso, terá passagem livre para tirar a carteira de habilitação e ir para a rua, não se esquecendo, também, como apontam as pesquisas, que a reincidência de quem vai preso, no nosso país, é de 70%, ou seja, após passar um tempo (longo ou curto) nos debilitados presídios do Brasil, 7 em cada 10 dos criminosos voltam a cometer os mesmo crimes ou até piores. Devemos então, buscar uma solução, ou cegar nossos olhos para a barbaridade, a falta de alteridade, e o desrespeito colocando todos numa prisão?