quinta-feira, 17 de março de 2016

Farnese de Andrade


 The Devil's Oratory [1976]
Farnese de Andrade é, de longe, um dos artistas mais densos que já tive oportunidade de estudari.  Sua peculiar poética gira em torno de temas sombrios, com uma estética carregada de simbolismos e cargas emocionais.  Ao mesmo tempo em que ele nos assusta, ele nos instiga; e é aí que nos deslumbramos. Pode ser uma comparação não muito justa, mas ele me lembra Caravaggio e Goya: ousados, destemidos e singulares em sua composição.
Esta obra que eu escolhi, “The Devil’s Oratory”, possui traços característicos de suas obras em gerais (objetos e assemblages), o oratório e um boneco.  Farnese tem como tema central ele mesmo, em suas obras ele exprime “medos, dores, tristezas, rancores, complexos, perdas, depressões, recalques, pânicos, relações, fetiches, libidos, euforias e alguma alegria”. Com relação ao que foi citado, podemos afirmar que sua obra é um retrato de si e de seu inconsciente, ela “construiu assim, uma obra na qual o lirismo oscila do concreto ao abstrato e o bruto consegue ser gentil”, achei genial essa ponderação, achei pertinente anexá-la ao meu comentário pessoal.
Pelo que eu estive lendo, Farnese, tal como Goya e Caravaggio, foi um contemporâneo de seu tempo e infelizmente só foi “redescoberto” após a sua morte. É curioso pensar nesses artistas que só ganham fama após a morte, muitos deles foram incompreendidos e outros tantos só não estavam no momento certo. Mas a arte tem dessas coisas, ela nunca se limita. O velho pode ser o novo, e vice-versa, é sempre um caminho de inventividade, criatividade e novas relações.
REFERÊNCIAS

·         minha intepretação da obra 

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