The Devil's Oratory [1976]
Farnese de Andrade é, de longe, um dos artistas mais densos
que já tive oportunidade de estudari.
Sua peculiar poética gira em torno de temas sombrios, com uma estética
carregada de simbolismos e cargas emocionais.
Ao mesmo tempo em que ele nos assusta, ele nos instiga; e é aí que nos
deslumbramos. Pode ser uma comparação não muito justa, mas ele me lembra Caravaggio
e Goya: ousados, destemidos e singulares em sua composição.
Esta obra
que eu escolhi, “The Devil’s Oratory”, possui traços característicos
de suas obras em gerais (objetos e assemblages),
o oratório e um boneco. Farnese tem como
tema central ele mesmo, em suas obras ele exprime “medos, dores, tristezas,
rancores, complexos, perdas, depressões, recalques, pânicos, relações,
fetiches, libidos, euforias e alguma alegria”. Com relação ao que foi citado,
podemos afirmar que sua obra é um retrato de si e de seu inconsciente, ela “construiu
assim, uma obra na qual o lirismo oscila do concreto ao abstrato e o bruto
consegue ser gentil”, achei genial essa ponderação, achei pertinente anexá-la
ao meu comentário pessoal.
Pelo
que eu estive lendo, Farnese, tal como Goya e Caravaggio, foi um contemporâneo
de seu tempo e infelizmente só foi “redescoberto” após a sua morte. É curioso
pensar nesses artistas que só ganham fama após a morte, muitos deles foram
incompreendidos e outros tantos só não estavam no momento certo. Mas a arte tem
dessas coisas, ela nunca se limita. O velho pode ser o novo, e vice-versa, é
sempre um caminho de inventividade, criatividade e novas relações.
REFERÊNCIAS
·
minha
intepretação da obra
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