segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

NASCIDOS PARA COMPRAR pt. I

Com base na leitura do texto de Juliet Schor e nas discussões feitas em sala de aula, podemos afirmar que o consumismo na infância veio sendo formado desde o século passado, onde as crianças foram aprendendo a comprar e a apreciar tal ação, tornando-se consumidores em evidência, como explicitado por Schor (2009). Na medida em que esse consumo foi sendo alimentado cada dia mais, vê-se que antigamente

[...] o consumo era modesto em comparação com outras atividades como o trabalho, as brincadeiras, o lazer, a escola, o envolvimento religioso. Hoje, as horas de ócio estão preenchidas pelo marketing, que substituiu as sociabilidades não estruturadas, e muito do que as crianças realizam durante seus momentos de lazer diz respeito a mercadorias e suas relações de consumo.  (SCHOR, 2009, p. 9)

Tendo em vista, como a autora coloca, que as horas de ócio são os momentos em que as crianças se encontram em maior proximidade com a relação de consumo, através do marketing, surge, então, uma pressuposição, quase que imposta, da mídia, que culpabiliza os pais baseando-se no argumento de que “[...] os pais sempre têm a opção de proteger seus filhos da propaganda.” (SCHOR, 2009, p. 194).
Sendo assim, Schor (2009) pondera que é criada uma “triangulação” entre os pais, as crianças e os marqueteiros, mais intricada do que se pode imaginar. Culpabilizar fácil e diretamente os pais torna-se um visão simplista, face às complexidades da vida contemporânea, onde esses três elementos encontram-se tão enleados.

É preciso que haja um olhar mais calmo e cuidadoso por parte dos pais sim, porém, não se deve culpá-los deste modo, como se não houvessem outros “inimigos” além do marketing, como a convivência em sociedade, onde todos estão sujeitos ao contato com o próximo que, inevitavelmente, também estão sujeitos a este contexto.

REFERÊNCIAS

SCHOR, Juliet B. Nascidos para comprar: Uma leitura essencial parar orientarmos nossas crianças na era do consumismo. São Paulo: Editora Gente, 2009.

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