A teoria do desenvolvimento
cognitivo de Piaget é pautada em pesquisas realizadas pelo psicólogo suíço, a
qual foi dividida, pelo mesmo, em quatro estágios. Particularmente, Piaget se
interessava pelos erros das crianças, que ele acreditava ser o ponto crucial
para entender o pensamento delas e como ele se desenvolve.
Para entender a teoria do desenvolvimento cognitivo de
Piaget, três termos, em especiais, são fundamentais.
Os esquemas:
que são estruturas de organização/interpretação do conhecimento (pessoas,
eventos, conceitos, ações).
A assimilação:
que faz parte da adaptação cognitiva, sendo a interpretação de novas
experiências em termos dos esquemas existentes.
E a acomodação:
que também faz parte da adaptação cognitiva, e diz respeito à modificação dos
esquemas existentes a fim de que se ajustem às novas experiências.
A divisão dos quatro estágios foi descrita desta
maneira por Piaget:
·
SENSÓRIO MOTOR (nascimento aos 2 anos): onde os
sentidos e capacidades motoras são usados para apreender sobre o mundo e
desenvolver a permanência do objeto;
·
PRÉ-OPERACIONAL (2 aos 6 anos): neste estágio, o
pensamento simbólico é o prevalecente para compreensão do mundo e ainda não são
realizadas as operações mentais que permitem o pensamento lógico;
·
OPERACIONAL CONCRETO (6-7 aos 12): a criança neste
estágio de desenvolvimento ainda depende do concreto para realizar o pensamento
lógico, mas ainda não dispõe do abstracionismo racional;
·
OPERACIONAL FORMAL (aproximadamente aos 12 anos à
idade adulta): já neste estágio, possui pensamento lógico, pensa abstratamente
e raciocina de modo hipotético-dedutivo.
Características dos estágios:
No período sensório-motor as crianças aprendem sobre o mundo por meio
das interações, tanto sensoriais, quanto motoras, elas se desenvolvem por
estímulos. Neste período, a criança não possui noção sobre a existência do
objeto, ou seja, não olha para os objetos tomando consciência de suas devidas
funções. A ação e reação são inerentes à criança, de modo que os reflexos
motores são feitos de modo inconscientes. Ex: sucção, preensão palmar. Vale
ressaltar, também, que o bebê busca sanar suas necessidades, portanto, o afeto
é inexistente.
O estágio pré-operacional é fase do “faz de conta”, na cabeça da
criança, tudo existe para ela. Isso ocorre em consequência do pensamento
simbólico, que é predominante nesse estágio. As operações mentais ainda não
ocorrem. E como é a fase do faz de conta, as crianças são mestres em fingir,
imaginar e representar. Ex: brincar de escolinha, colocar os sapatos da mãe e
sair desfilando pela casa, ou o terno do pai e falar com voz grossa,
imitando-os. Elas dão vida a seres inanimados (animismo) e acreditam que tudo o
que existe foi criado pelas pessoas. O egocentrismo faz parte dessa etapa
também, a criança não sabe se colocar no lugar do outro, muitas vezes isso pode
ser interpretado de modo grosseiro, mas na verdade, se trata da falta de
alteridade, que é ensinada. Quanto à conservação, ela não existe ainda, em
virtude da incompreensão da reversibilidade.
No estágio operatório concreto há maior compreensão da conservação e de
outras operações mentais. Nesta fase, as crianças já conseguem pensar
logicamente mas ainda precisam do concreto, não conseguem racionalizar por meio
do pensamento abstrato. São desenvolvidas noções de tempo, espaço, velocidade,
ordem, casualidade, já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair
dado da realidade. A reversibilidade também é desenvolvida nesse estágio. E a
partir do mesmo estágio, começa-se a perceber o outro, enquanto indivíduo, ou
seja, o conceito de alteridade passa a ser assimilado.
O
último estágio descrito por Piaget é o operacional formal. Nesse estágio, as
estruturas cognitivas alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e o
pensamento lógico é existente. O raciocínio é feito de modo hipotético-dedutivo
(que por vezes, é equiparado ao pensamento científico). A necessidade do
concreto para chegar à racionalidade, já não é necessária, o indivíduo, nesta
fase, consegue pensar abstratamente.
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