segunda-feira, 20 de abril de 2015

Vermeer, simplesmente belo



The Milkmaid
Rijksmuseum, Amsterdam, Netherlands
Painting, Oil on canvas, 46 x 41 cm

Escolhi o Vermeer, para um breve comentário, porque as obras dele me passam uma sensação tão deliciosa de intimidade e concentração, e uma apreciação enorme no que diz respeito aos traços do pintor, que o Rembrandt ficou para uma próxima...
Gosto muito das pinturas de gênero, que representam o cotidiano e a vida das pessoas, e como o Gombrich cita, “Com Vermeer, a pintura de “genre” perdeu o último vestígio de ilustração bem humorada”, eu acho isso fantástico. Os artistas que eu mais admiro são aqueles que de alguma forma, mudaram algo na arte, fizeram algo diferente, inovaram, colocaram a sua impressão de mundo extremamente peculiar em suas obras ou foram um tanto quanto visionários.
Sobre a obra... Fiquei entre a “the milkmaid” e a “the lacemaker”, mas escolhi A Leitera pela composição do cenário, é magnífico. Se tem um rapaz nessa história da arte que soube fazer algo simples se tornar indubitavelmente belo, foi o Vermeer. Meticuloso e de uma sensibilidade incrível, que sai de seus pincéis e atravessam nossos olhos mirando diretamente o coração... Isso explana um pouco da sensação deliciosa citada à cima.
Acho muito legal esse exercício de fazer leituras de obras, mesmo que sejam pessoais, porque com o tempo vim percebendo que quanto mais você faz esse exercício, mais “sensível” você fica pra perceber outras obras. Mesmo que na maioria das vezes seja difícil explicar o porquê da escolha, e mais ainda tentar traduzir algum sentimento que ela desperta em você de um jeito entendível às outras pessoas. No entanto, penso que essa seja a parte mais instigante, motivadora e enigmática, é como se a gente tentasse desvendar uma verdade (que já está dentro de nós) para nós mesmos, e assim, vamos crescendo mais “de fora pra dentro”, se é que você me entende...
De verdade? Não consigo não gostar de algum estilo artístico. Eu fico boba e me encanto sobre como as coisas foram ocorrendo, se modificando, se contradizendo e se reinventando. Uma vez ouvi “a arte é o que existe de mais humano no homem” pasmei, é a mais pura realidade dessa vida!
Termino com uma citação do Gombrich, pois não achei palavras melhores para tentar descrever “o milagre de Vermeer”: “Uma de suas características milagrosas talvez possa ser descrita, embora dificilmente explicada. É o modo pelo qual Vermeer consegue a completa e laboriosa precisão na reprodução de texturas, cores e formas, sem que o quadro tenha jamais o aspecto de elaborado ou rude.”.

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