segunda-feira, 29 de junho de 2015

Body Art

   No final da década de 60, houve o reconhecimento da capacidade de comunicação do corpo humano, pelo seu significado e expressividade. Originada na premissa de Duchamp de que “tudo pode ser usado como uma obra arte”, os body artists, então, utilizam o corpo como veículo da arte. A Body Art apropria-se do corpo como suporte, meio de expressão, e intervenções de modo geral, para criação artística, e esse corpo, é encarado enquanto matéria (sangue, suor, química e física do corpo), é o material com o qual os artistas fazem o seu trabalho; tido como uma área vasta de possibilidades para criações.

   Como tipos de Body Art, podemos mencionar: escarificações, suspensão do corpo, tatuagens, maquiagens, implantes, piercing, deformações, ferimentos e pinturas corporais. As manifestações desse tipo de arte podem assumir caráter de rituais, apresentações públicas, ligando-se à Performance e também ao Happening. Essas manifestações podem ser associadas à violência, à dor e ao esforço físico; os body artists desafiam os limites do corpo, objetivando chocar o espectador e provocar fortes emoções! Seus registros são feitos através de documentações, vídeos e fotografias.

   Há de se tomar certo cuidado ao definirmos Body Art, muitos, confundem-na com a body modification, quando na verdade existe um ponto fulcral em que essas duas modalidades se diferem: a body modification não é arte, é a modificação do corpo, que não possui intenção artística e a Body Art não é só a modificação do corpo, exige pesquisa, análise. “A Body Art pode acontecer sem estar ligada com a modificação do corpo e a modificação corporal não está sempre inclusa em um contexto artístico”.
   Renato Cohen, pesquisador brasileiro, concebe a Body Art como o movimento em que: “O artista é sujeito e objeto de sua arte (ao invés de pintar, de esculpir algo, ele mesmo se coloca enquanto escultura viva)”.  Yves Klein, já citado quando falamos sobre Performance e Happening, é considerado um dos precursores da Arte do Corpo. Yves utilizava o corpo de modelos como um pincel, arrastando-os para imprimir representações em grandes telas. Era sua maneira de explorar o corpo de forma artística, de modo teatral, unindo a arte corporal e a performática.


Marina Abramovic é uma performer que também trabalha com o corpo como forma de arte. Por outro lado, temos Carolee Schneemann (foto à esquerda), que por meio de sua arte, trata de temas relacionados à sexualidade e gênero.

Nenhum comentário:

Postar um comentário