No final da década de 60, houve o reconhecimento da
capacidade de comunicação do corpo humano, pelo seu significado e
expressividade. Originada na premissa de Duchamp de que “tudo pode ser usado
como uma obra arte”, os body artists, então, utilizam o corpo como veículo da arte.
A Body Art apropria-se do corpo como suporte, meio de expressão, e intervenções
de modo geral, para criação artística, e esse corpo, é encarado enquanto
matéria (sangue, suor, química e física do corpo), é o material com o qual os
artistas fazem o seu trabalho; tido como uma área vasta de possibilidades para
criações.
Como tipos de
Body Art, podemos mencionar: escarificações, suspensão do corpo, tatuagens, maquiagens,
implantes, piercing, deformações, ferimentos e pinturas corporais. As manifestações
desse tipo de arte podem assumir caráter de rituais, apresentações públicas,
ligando-se à Performance e também ao Happening. Essas manifestações podem ser associadas
à violência, à dor e ao esforço físico; os body
artists desafiam os limites do corpo, objetivando chocar o espectador e
provocar fortes emoções! Seus registros são feitos através de documentações,
vídeos e fotografias.
Há de se
tomar certo cuidado ao definirmos Body Art, muitos, confundem-na com a body modification, quando na verdade
existe um ponto fulcral em que essas duas modalidades se diferem: a body modification não é arte, é a modificação
do corpo, que não possui intenção artística e a Body Art não é só a modificação
do corpo, exige pesquisa, análise. “A Body Art pode acontecer sem estar ligada
com a modificação do corpo e a modificação corporal não está sempre inclusa em
um contexto artístico”.
Renato Cohen,
pesquisador brasileiro, concebe a Body Art como o movimento em que: “O artista
é sujeito e objeto de sua arte (ao invés de pintar, de esculpir algo, ele mesmo
se coloca enquanto escultura viva)”.
Yves Klein, já citado quando falamos sobre Performance e Happening, é
considerado um dos precursores da Arte do Corpo. Yves utilizava o corpo de
modelos como um pincel, arrastando-os para imprimir representações em grandes
telas. Era sua maneira de explorar o corpo de forma artística, de modo teatral,
unindo a arte corporal e a performática.
Marina Abramovic é uma performer que também trabalha com
o corpo como forma de arte. Por outro lado, temos Carolee Schneemann (foto à
esquerda), que por meio de sua arte, trata de temas relacionados à sexualidade
e gênero.
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