segunda-feira, 29 de junho de 2015

Conceitual Art

     A Arte Conceitual emergiu na década de 60 na Europa e nos EUA, é uma das vanguardas, surgida em meio a outras várias manifestações artísticas contemporâneas. Falar de Arte Conceitual não é nada fácil, pode ser confusa e difícil de entender, exatamente por se tratar de um conceito. Os artistas conceituais buscaram “conceitualizar” a arte, literalmente, ou seja, nas mãos dos conceituais, a arte deixa de ser meramente visual, para tornar-se um conceito, a ideia e o fator predominante da obra, são mais importantes do que a técnica, material ou o acabamento.
  
   Os ready-mades de Marcel Duchamp, considerado o precursor da Arte Conceitual, tiveram influencia direta neste estilo. Farthing (2011) discorre um pouco sobre as raízes da Arte Conceitual, que em sua visão, remontam ao Dadaísmo: “Ao levar um urinol produzido em massa para um museu, Duchamp sugeria aos espectadores que refletissem sobre suas ideias preconcebidas a respeito do que era arte e sobre como os museus atestavam a autenticidade das obras de arte”. Mas é a Sol LeWitt, que é atribuído o uso do termo “Arte Conceitual” pela primeira vez, em 1967, no seu artigo “Parágrafos sobre a Arte Conceitual”.


   Nas obras conceituais, tem-se a produção artística como algo secundário, o que importa na verdade, não é o material em si, e sim, o conceito que se deseja passar através dele, o conceito que é elaborado antes de sua materialização, é colocado em primeiro plano. A arte conceitual, também era uma reação à arte considerada mercadoria, Piero Manzoni produziu obras conceituais provocativas, questionando a natureza da arte, criticando a produção de massa e o consumismo.

   Joseph Kosuth é um artista ativo até os dias de hoje, que usa, também, a linguagem escrita para expressar suas mensagens em obras; como em 1965, quando criou uma das mais icônicas obras conceituais “Uma e três cadeiras” onde “Ele pede que o espectador analise como a arte e a cultura são forjadas por meio da linguagem e dos significados, e não por meio da beleza e do estilo”. Sensacional!

   Já foi dito que as artes contemporâneas “conversam entre si”, e na Conceitual, não poderia ser diferente, ela combina diversas linguagens, por vezes, até ao mesmo tempo; como “happening, performance, land art, body art, vídeo, e a própria linguagem verbal oral ou escrita, sendo muitas obras conceituais constituídas somente do texto linguístico.”


   A Arte Conceitual continua sendo uma das mais curiosas formas de arte na contemporaneidade, pelo menos para mim, é incrível... Os artistas nessa loucura em busca de inovação chegaram a desmaterializar a arte. O “produto final” se realiza em cada pessoa, através da interiorização de cada um, da significação íntima do que aquele simples objeto/coisa é capaz de passar para cada indivíduo, como se o artista entregasse a arte nas mãos do público, que para entender, precisa também, doar-se a obra. 

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