segunda-feira, 29 de junho de 2015

Introdução.: Digital Art (segundo bim.)

     Optei por trabalhar com um artista digital, justamente pelo fato de o conteúdo central ser a Arte Digital. Para construir a identidade visual do trabalho, então, me inspirei nas obras de Vera Molnár, uma das pioneiras da Arte Digital. Na capa, sumário e introdução, utilizei a obra “25 Carrés” (1990/91), manipulando-a para a composição das páginas. Já no livro, marcador e cartaz da disciplina, “Gothique” (1990), foi a obra designada como parâmetro para a construção visual de cada criação digital.

     Dentre tantos artistas, escolhi a Molnár por afinidade. Em grande parte de suas obras, a artista trabalha com formas geométricas, prevalecendo nestas o uso de quadrados e retângulos, construindo obras encantadoras, como “Estruturas quadradas” (1989), cheias de movimento e aglomerado de cores que agradam o olhar de quem as observa.

     Na criação do encarte de CD, adotei duas obras da fotógrafa Francesca Woodman. A banda fictícia se chama “ALAR”, de dar asas e elevar. Pensei primeiro na artista e depois no nome da banda, secundariamente, idealizei como seria o estilo: instrumental, com uns vocais distorcidos, como num vulto da Woodman, numa produção musical Lo-Fi, um tanto eletrônica, bem caseira, e, profundamente tocante; Algo que faça o ouvinte ALAR! Os nomes das músicas fictícias foram pensados a partir de uma “ordem de devaneio”, para o ouvinte tresloucar dançando, como numa dança macabra dos tempos medievais.


     Já na criação da colagem digital, além da Woodman, me inspirei num trecho de um poema da Sylvia Plath, chamado Espelho: “Não faço pré-julgamentos. /O que vejo engulo de imediato/Tal como é, sem me embaçar de amor ou desgosto. /Não sou cruel, simplesmente verídico /O olho de um pequeno deus, de quatro cantos. /Reflito todo o tempo sobre a parede em frente. /É rosa, manchada. Fitei-a tanto/Que a sinto parte do meu coração. Mas cede.” As obras dessas duas grandes mentes suicidas entrelaçam-se de maneira sublime, como se a Woodman capta-se fotograficamente os poemas de Plath, ou vice-versa. Tão belo, e tão romântico, onde a beleza é oriunda da tristeza que emociona e encanta. 

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