segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

HÉLIO OITICICA

 Hélio Oiticica nasceu em 1937, no Rio de Janeiro, seu pai era filósofo anarquista, o que, provavelmente, influenciou em sua forma de encarar os fatos. Proporcionou uma inconstância na arte contemporânea brasileira, principalmente durante a década de 60. De personalidade extremamente exuberante, demonstrava essa característica de modo peculiar em suas produções. Sua intenção maior era de desestabilizar as ideias existentes de modo a pensar em uma nova relação dentro da arte. Hélio Oiticica foi um artista dos extremos, buscando arrancar a áurea em torno da arte, inventou conceitos e obras interatividade com o público.


A morte dramática foi a maior tragédia de sua vida, antes disso, ele deixou rastros de autenticidade e ousadia na arte brasileira, levando-a para o exterior e para fora das telas. Ao expor suas obras em locais externos, possibilitou uma revolução na arte brasileira!

Muito a frente de outros artistas brasileiros, nos primórdios da Teoria da Recepção, Oiticica trouxe a obra a aberta para o público, jogando com as percepções dos espectadores e fervendo suas cabeças. Muitos não entendiam, mas o achavam interessante e, no mínimo, peculiar. É fato que, mesmo antes das “exposições interativas” serem intituladas desta maneira, o artista dos “Penetráveis” e “Bolídes”, foi quem proporcionou tal interatividade ao público.

LEITURA PESSOAL - TOLOUSE LAUTREC

http://pt.slideshare.net/luanacolosio/leitura-pessoal-no-moulin-rouge-de-toulouselautrec

OLHAR-SE, SE OLHAR (oficina)

23 - 25 de julho de 2015 <3

Um corpo que aja, não um corpo que pense.
Se der errado, volte para casa sem medo.
Que corpo é esse?
Jan Saudek.

http://olharseolhar.wixsite.com/olhar-se-se-olhar
https://www.facebook.com/olharseolhar/

NASCIDOS PARA COMPRAR pt. II

O sucesso da indústria sobre o consumo infantil é inegável. Os publicitários fazem os maiores esforços para conquistar as cabeças das crianças e conseguem, sem perceber, elas “[...] se vinculam às marcas, adotam o cool como um valor paradigmático e não se dão conta de que sus grupos musicais favoritos são apenas criações de marketing.” (SCHOR, 2009, p. 201). É fato que esta fórmula desenvolvida é muito lucrativa, quando sabemos que a indução ao consumo não passa de um meio para fins econômicos, sob as crianças, desnecessário às necessidades das mesmas (SCHOR, 2009).

Tudo isso tende a influirá sobre as gerações futuras, “Os publicitários e os defensores da infância pós-moderna [...] argumentam que a enorme influência  da mídia eletrônica e a da cultura corporativa vieram para ficar [...]” (SCHOR, 2009, p. 202)., os rumos e efeitos dessa influência é que são importantes. Schor defende que “Pais e filhos podem juntar-se para recuperar a infância tomada pelos gigantes globais [...]” (SCHOR, 2009, p. 202).

O laissez-faire é uma abordagem que tem como pressuposto que o nosso dever enquanto consumidores é que “[...] devemos comprar o que desejamos, onde e quando quisermos, na quantidade que pudermos, com no máximo, um discreto controle alheio.” (SCHOR, 2009, p. 203). O consumo torna-se, então, uma atividade privada e ao mesmo tempo pessoal, marcada pelo liberalismo, que propõe um consumidor voraz que esteja sempre nesse ciclo vicioso (SCHOR, 2009).

A infãncia corrompida pela indústria está estritamente ligada ao cotidiano dos seres humanos. Neste contexto liberal, elas são consideradas alvos facilmente atingíveis pela falta de racionalidade, sempre atentas ao que está na moda ou não, e são os pais que são os devedores da disciplina para com o consumo infantil, eles quem devem saber como e quando agir para disciplinar as crianças frente ao consumismo (SCHOR, 2009). Deve haver, então, uma desmercadorização da infância, onde “Kids Are Getting Older Younger” (SCHOR, 2009, p. 206), para que os estragos sejam diminuídos e os efeitos também.


REFERÊNCIAS


SCHOR, J. B. Nascidos para comprar: uma leitura essencial para orientarmos nossas crianças na era do consumismo. São Paulo: Editora Gente, 2009.

NASCIDOS PARA COMPRAR pt. I

Com base na leitura do texto de Juliet Schor e nas discussões feitas em sala de aula, podemos afirmar que o consumismo na infância veio sendo formado desde o século passado, onde as crianças foram aprendendo a comprar e a apreciar tal ação, tornando-se consumidores em evidência, como explicitado por Schor (2009). Na medida em que esse consumo foi sendo alimentado cada dia mais, vê-se que antigamente

[...] o consumo era modesto em comparação com outras atividades como o trabalho, as brincadeiras, o lazer, a escola, o envolvimento religioso. Hoje, as horas de ócio estão preenchidas pelo marketing, que substituiu as sociabilidades não estruturadas, e muito do que as crianças realizam durante seus momentos de lazer diz respeito a mercadorias e suas relações de consumo.  (SCHOR, 2009, p. 9)

Tendo em vista, como a autora coloca, que as horas de ócio são os momentos em que as crianças se encontram em maior proximidade com a relação de consumo, através do marketing, surge, então, uma pressuposição, quase que imposta, da mídia, que culpabiliza os pais baseando-se no argumento de que “[...] os pais sempre têm a opção de proteger seus filhos da propaganda.” (SCHOR, 2009, p. 194).
Sendo assim, Schor (2009) pondera que é criada uma “triangulação” entre os pais, as crianças e os marqueteiros, mais intricada do que se pode imaginar. Culpabilizar fácil e diretamente os pais torna-se um visão simplista, face às complexidades da vida contemporânea, onde esses três elementos encontram-se tão enleados.

É preciso que haja um olhar mais calmo e cuidadoso por parte dos pais sim, porém, não se deve culpá-los deste modo, como se não houvessem outros “inimigos” além do marketing, como a convivência em sociedade, onde todos estão sujeitos ao contato com o próximo que, inevitavelmente, também estão sujeitos a este contexto.

REFERÊNCIAS

SCHOR, Juliet B. Nascidos para comprar: Uma leitura essencial parar orientarmos nossas crianças na era do consumismo. São Paulo: Editora Gente, 2009.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

MÚSICA E TRAGÉDIA: EXPERIÊNCIA PARA ENCENAÇÃO DE TRAGÉDIA - Mennan Bërveniku

O palestrante Mennan Bërveniku, estrangeiro, oriundo de Kosovo, veio até a Unicesumar para fazer uma palestra sobre o gênero “Tragédia” e, também, sobre o papel da música na ópera. Quem fez a apresentação do palestrante foi o professor da instituição, Tiago Lucena, ele também fez a tradução da palestra, junto com a professora, Flor Duarte. Mennan começou tocando um trecho de uma ópera no piano, encantando a todos, logo de início. Depois ele nos convidou a sentar no palco, em círculo, para que tornássemos aquele momento mais intimista e, também, para podermos ver o que ele iria passar no telão bem de perto. Ele buscou criar uma roda de conversa e, de fato, foi o que aconteceu.
Mennan colocou para tocar a música que ele havia tocado no início da palestra, para sentirmos a diferença de uma música tocada ao vivo, com uma orquestra inteira, e de uma música reproduzida em caixas de som. Ele sinalizou que nas óperas o papel da orquestra é muito importante para a dramatização e disse que as músicas de introdução das óperas contam uma história, dando indícios do que será apresentado, posteriormente, na ópera. A parceria entre música e tragédia é localizada nesse contexto.
Para abordar alguns aspectos do gênero tragédia, Mennan mencionou a peça teatral Macbeth, escrita por Shakespeare. Foi esse grandioso texto que ele trabalhou durante toda a palestra. Vimos vídeos de encenações de diferentes décadas, discutimos sobre os aspectos visuais da ópera, como a iluminação, figurino e elementos cênicos, fazendo uma correlação com as artes visuais.
Enquanto Mennan passava os trechos da ópera, ele ia pausando para fazer seus apontamentos sobre o tema que estava trabalhando e, também, contava mais sobre a história de Macbeth. Mennan fez uma análise dos personagens da tragédia, evidenciando o papel crucial que a Lady Macbeth possui na peça, ela induzira o Lord Macbeth a cometer todos os atos maléficos, na intenção de ser tornar rainha. O palestrante sempre nos atentava para a música na tragédia, de como ela tinha um papel importante para tornar tudo mais dramático e intenso.
Os dois professores presentes, Flor Duarte e Tiago Lucena, cada um em sua vertente de estudo, contribuíram para a discussão de alguns apontamentos feitos pelo palestrante. Flor Duarte, professora de história da arte, abordou temas das artes visuais, como: composição de cenário, cores, influências artísticas e, também, sobre a ópera no contexto contemporâneo brasileiro, Mennan falou sobre a ópera contemporânea do exterior. Enquanto Tiago Lucena, professor de arte e tecnologia, abordou temas, como: elementos digitais na ópera, contribuição da tecnologia e alguns aspectos visuais. Foi muito enriquecedor todo o diálogo, pois, eles puderam trazer mais coisas sobre o assunto que Mennan estava trabalhando, fazendo uma espécie de debate interdisciplinar.
A palestra inteira foi traduzida pelos dois professores presentes, pois, Mennan falou em inglês o tempo todo e nem todos compreendiam. Foi bem dinâmica a tradução, entretanto, perdemos um tempo nesse movimento de traduzir tudo do inglês para o português, se não fosse assim, daria tempo de explorar mais aspectos do que Mennan estava abordando. Com absoluta certeza, essa foi a palestra mais interessante de todas as que participamos na semana acadêmica 2016.
Palavras-chave: Música. Tragédia. Ópera.                   

Metodologia pedagógica utilizada pelo palestrante: O palestrante realizou a sua palestra pautado na exposição de conteúdos e na construção de hipóteses, juntamente com os professores convidados.

Recursos utilizados: O palestrante utilizou materiais audiovisuais, livros, instrumento musical e também o seu aparelho celular para realização de sua palestra.


Com base no conteúdo abordado na palestra, em sala de aula, poderia ser realizado um trabalho sobre ópera. Uma manifestação artística que se encontra tão afastada de nossas escolas, poderia ser trabalhada a partir de peças de teatros, que já são mais conhecidas entre os alunos. Com tantos assuntos que foram tratados na palestra, poderíamos pensar em diversas atividades relacionadas com teatro, música, tragédia, ópera ou até mesmo uma interdisciplinaridade entre os assuntos, a partir de pesquisas e atividades práticas. Na aplicação que propomos, escolhemos a ópera por ser algo menos conhecido e que pode desencadear inúmeras reflexões acerca de outros elementos artísticos, como: figurino, atuação, elementos cênicos, iluminação.
Pensando em uma atividade para trabalhar este conteúdo, poderia ser feito com os alunos uma pesquisa sobre os elementos que compõe a ópera, suas funções e variações em determinadas épocas. Além de proporcionar o contato com uma vertente alternativa da linguagem artística, embasados em pesquisas, o alunos compreenderiam melhor como se constitui uma ópera e, quem sabe, também, despertaria a curiosidade, suscitando o interesse por tornar a ópera parte de estudos pessoais, por terem gostado do tema a partir do contato através do conteúdo sistematizado.

COMPOSIÇÃO NAS ARTES VISUAIS: TÉCNICA E ANÁLISE - Caio Pierangeli

No segundo dia de Semana Acadêmica, Caio Pierangeli, professor da instituição, realizou a oficina sobre “Composição nas artes visuais: técnica e análise”. Foi uma oficina marcadamente teórica, fundamentada em autores muito importantes para a área de artes visuais. Caio começou a oficina falando um pouco sobre seus estudos e fazendo algumas indagações, como: O que é compor? O que é arte? Porque fazemos arte? Ao longo da oficina, fomos tentando responder essas questões, baseados nas discussões que Caio propunha, chegando a uma conclusão interessante: Podem ser questões  facilmente respondidas por uns e sem respostas para outros, porém, o importante é o processo que nos leva a refletir e tentar responder essas questões.
Assim como na arte, o processo criativo pode ser mais importante do que a linguagem. A linguagem é o meio, o processo é que faz a diferença. Para continuar as reflexões, o professor voltou a “Gênese da fala” (40.000 a.C), a partir do ouvir, começamos a nos comunicar pela fala ou simples fonemas, onde iniciou-se o processo de sapiência, quando começamos a criar coisas. Inicialmente, falando sobre as artes rupestres, Caio compartilhou conosco que as pinturas foram as primeiras manifestações; secundariamente vieram os tótens. Com os tótens, começou a aparecer uma questão para além da simples representação, o simbolismo, a religiosidade. A partir dos tótens, então, começou-se a criar coisas com uma finalidade.
Até a Grécia, a representação ou controle e manifestação da natureza eram os objetivos de criar. Na Grécia, formaliza-se a questão da arte, estética, belo. Isso pensando em uma visão eurocentrista.  O homem era representado em sua perfeição. Foi neste período que a proporção áurea começou a ser moldada e utilizada, ela imita a natureza em suas proporções naturalmente perfeitas. O enquadramento, a sequência de Fibonacci, foi outro elemento surgido neste período, com a definição de quadrantes que tanto usamos ainda hoje. O professor apresentou fotos de Cartier Bresson, propondo uma análise dos elementos, para exercitarmos nosso olhar.
A regra dos três terços, baseada em proporções matemáticas, também foi muito utilizada pelos gregos, na Antiguidade, e perdurou durante quase toda a história da arte, foi muito utilizada, principalmente, na Renascença, período que marcava uma volta aos gregos. Caio citou como exemplo Rafael e Da Vinci, apresentando obras desses dois grandes artistas para fazermos análises e ver como todos esses elementos estavam presentes nas obras. Foi muito enriquecedor esse processo de constantemente sair da teoria e ir para a prática de análises, nesses momentos pudemos utilizar as técnicas como instrumento de análise.
Fazendo uma distinção entre valor estético e valor simbólico, o oficineiro citou a obra “O banquete” de Platão, apresentando os sete princípios do belo (estética), pautados em questões físicas, metafísicas e transcendentes, ressaltando o princípio 7, em que Platão discorre sobre o apogeu estético, que seria “Contemplar o belo em si”; a apreciação, fruição e deleite das obras de arte. Os próprio museus, nos dias de hoje, são considerados por alguns como instalação artística, ambiente para apreciação de obras. Até o século XIX, o discurso da arte era puramente figurativo, após este período, além da questão da dualidade, onde existe o significado e o significante, começaram a surgir questões relacionadas a arbitrariedade, onde existe o signo, objeto e interpretante, e o interpretante é quem dá significação ao objeto, cada um vê algo.
Para se aprofundar no tema sobre significação, tão importante para a área de arte, Caio trouxe em imagem a obra de Magritte “Ceci n’est pas une pipe”, fazendo uma análise da representação do cachimbo. Qual a realidade que se quer mostrar? O que é representação e o que é real? Foi absolutamente genial este paralelo com a obra, trouxe materialidade ao conteúdo colocado em pauta. Finalizando o assunto, o professor apresentou a significação com base em Peirce: “Tudo aquilo que percebemos do mundo passa pelos nossos sentidos.” e, também, comentou sobre “A obra aberta”, livro de Umberto Eco que fala sobre o conceito da recepção da obra de arte como uma obra aberta ao público para significação individual.
Pensando na textura, enquanto elemento artístico, Caio enunciou que existe a textura a-métrica e a métrica, que influi diretamente no “Gestual”, que são os gestos; nas artes visuais, as pinceladas, que dão movimento às obras, são consideradas gestos. Como exemplo de gesto nas artes visuais, o oficineiro citou Pollock, que possui uma saturação gestual intensa em sua pintura. A textura influencia no resultado da obra de arte, assim como a escolha de materiais, as cores, a figuratividade ou arbitrariedade; todos são elementos que compõe a obra final.
Para finalizar a oficina sobre composição, Caio propôs um exercício de análise de obras. Eram apenas pequenos recortes de obras, nós tínhamos que identificar os elementos de composição, verificando se eram obras de arte ou de criança. Em geral, fomos muito bem, isso demonstrou que o conteúdo foi muito bem internalizado. Caio também nos indicou um site www.wikiart.org, é como um google das artes visuais, super completo e com reproduções de obras em alta qualidade, excelente para utilizar em aulas de arte.
Palavras-chave: Composição. Artes Visuais. Significado e Arbritrariedade.

Metodologia  pedagógica utilizada pelo palestrante/oficineiro: A metolodogia utilizada pelo oficineiro foi exposição de conteúdo em apresentação de slides e diálogo. Durante toda a palestra ele também recorreu ao diálogo teórico prático, expondo técnicas, problematizando e fazendo análises de imagens.

Recursos utilizados: O oficineiro utilizou a apresentação de slides como recurso principal, mas também fez alguns apontamentos no quadro negro e trouxe objetos que tinham relação com obras para enriquecer as discussões.

Em sala de aula, em uma aula de arte, o conteúdo da palestra poderia ser aplicado em atividades de leituras de imagens. Além de pensar os elementos da composição visual, a leitura de imagens colabora para a construção do olhar do aluno. Todo este conhecimento que foi compartilhado conosco, além de contribuir para futuras elaborações de aulas de arte, é fundamental para a nossa própria vida, pois, a composição é um elemento intrinsecamente ligado às artes visuais e, também, implica diretamente em nossa própria construção de olhar, visto que somos profissionais da área de artes visuais.

NOVE FORMAS DE PERCEBER O MUNDO E NOVE FORMAS DE REAGIR A ELE Ailton Bastos – Psicanalista Clínico

Ailton Bastos, palestrante convidado da noite, veio para abrir nossa semana acadêmica com um assunto muito interessante: “9 formas de perceber o mundo e 9 formas de reagir a ele”. O título da palestra tem relação com as teorias da personalidade, que são 9 modos perceber o mundo e reagir a ele, dentro de um teoria, onde somos a soma de fatos e afetos. O palestrante iniciou seu discurso, dizendo que nós vivemos num espécia de amnésia infantil, tudo é guardado mas, por proteção, não temos acesso o tempo todo a essas memórias, elas residem no inconsciente, nós não podemos ser reféns do inconsciente, mas podemos buscar no conhecer e nos perceber, sendo protagonistas de nossas próprias vidas.
De acordo com os apontamentos de Bastos, somos sujeitos históricos absolutamente diferentes, percebemos o mundo de modos diferentes, mas exite uma tipologia, dentro das teorias da personalidade, determinada pelo chamado eneagrama, que apresenta características da maneira de sermos, de nos apresentar e de nos mostrar. Inevitalvelmente, todos se encaixarão em um dos tipos. Lembrando que esses tipos podem se desenvolver, mas não mudam. Existem nove tipos de personalidade:
Tipo 1: pessoa que preza pela organização, seu vício é a raiva. Amadurecido pode ser alguém muito colaborador nas atividades em grupo; Tipo 2: Pessoa sempre preocupada com o outro, que se importa com relacionamentos, seu vício é o orgulho; Tipo 3: Sua maior preocupação é o sucesso, seu vício é a vaidade; Tipo 4: Pessoa que lê o mundo através dos seus sentimentos, seu vício é a percepção de algo que lhe falta; Tipo 5: É um observador, preza pelo conhecimento, seu vício é a avareza das ideias; Tipo 6: Um sujeito que zela pela segurança, é desconfiado e seu vício é o medo e a insegurança; Tipo 7: Aquele que vive pelo prazer, seu vício é a gula por sensações, ele foge da dor; Tipo 8: Extremamente intimidador, o tipo 8 é um indivíduo que aprecia o poder e não suporta moleza, seu vício é a luxúria. Tipo 9: sujeito devagar, anda arrastando, seu vício é a preguiça, possui resistência frente a mudanças.
Cada um de nós é a soma das crenças, conceitos, ideias, vivências e memórias. Não devemos viver uma vida tentando mudar as pessoas, precisamos respeitar as diferenças, ajudando as pessoas a encontrarem o melhor em si mesmo. No que eu posso colaborar para que o outro seja mais feliz, se desenvolva mais, para que ela não precise ser igual a mim ou a um “modelo”, apenas ser o melhor do que pode se pode ser, sem se desviar de sua personalidade, pois, isso pode implicar na perca de reconhecimento sobre si mesmo. O eneagrama não é uma condenação, dentro de cada perfil, podemos ser saudáveis ou doentios. Existem outras tipologias, de Jung , por exemplo, são abordagens diferentes, mas com essa nove tipologias do eneagrama conseguimos identificar todas as pessoas.
Ao final da palestra, Bastos abriu um espaço para fazermos perguntas e foi bem interessante, várias pessoas se manifestaram, fazendo perguntas que tinham relação com o tema da palestra. Em conclusão, a mensagem que se destacou foi que entre tantas personalidades diferentes, o importante é saber que são essas diferenças que nos identificam, devemos valorizá-las e não tentar afastá-las.
Desta maneira, podemos valorizar as diferenças de cada um, enxergando todos como seres singulares que cada um de nós somos. As diferenças nos compõem. Através da percepção sobre nós mesmos, pelo eneagrama e pelo exercício diário de estar conectado com nós mesmos, podemos buscar o melhor em nós, ajudando o outro também a se perceber e perceber também o melhor nele mesmo.

Palavras-chave: Teorias da personalidade. Eneagrama. Percepção de mundo.

Metodologia  pedagógica utilizada pelo palestrante/oficineiro: A metodologia utilizada pelo palestrante foi exposição de conteúdo e diálogo. O palestrante utilizou vários esquemas visuais para transmitir o conteúdo sobre enegrama. Optar pela visualidade, facilitou aprendizagem do conteúdo, pois, a cada exemplo ficava mais clara a diferença entre os tipos de personalidade. Ele nos deixou inteiramente livres para dialogar, mas não houveram muitos apontamentos, porém, surgiram várias perguntas ao fim da palestra e ele nos repondeu todas com muita atenção.


Recursos utilizados: O palestrante utilizou como recurso a apresentação de slides, com imagens e esquemas para compreendermos sobre os tipos de personalidade.

A aplicabilidade do conteúdo da palestra, em sala de aula, pode ser feita a partir da percepção dos sentimentos e particularidades de cada aluno. Como o próprio Ailton Bastos citou, uma das melhores formas de lidar com os sentimentos é através da arte. Ela pode comunicar a dor, ajudando a lidar com a mesma. Uma atividade que abordasse esse tipo de percepção, através de representações artísticas (desenho, música, poema, teatro, dança, etc.), seria significativo na vida dos alunos, além de colaborar para a percepção das diferenças de cada um, valorizando e percebendo que todos somos diferentes, temos que valorizar essas diferenças. 

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Ocupar x Habitar

O fato de ocuparmos uma sala de aula não significa automaticamente que a “habitamos”. Quando alguém apenas “ocupa” um espaço, trata-se de uma estrutura já existente: móveis, rotinas, tudo está lá e nos espera. (...) “Habitar” a sala de aula significa formar esse espaço de acordo com gostos, opções, margens de manobra; considerar alternativas, eleger algumas e descartar outras. Habitar um espaço é, portanto, uma posição ativa. [É preciso, então] ativas nossas forças no sentido de habitar o lugar que apenas ocupamos. (Dussel e Caruso 2003, p; 26)

Para Dussel e Caruso existe uma linha tênue entre “ocupar” e “habitar”. Colocando os termos dentro da sala de aula, para estes autores, devemos habitar esta sala, e não ocupá-la. Mas para, de fato, habitar um espaço é necessário que exista não somente a existência, mas a presença! A presença dos “gostos, opções, margens de manobra [...]”.
Diferentemente de ocupar, habitar pressupõe uma “posição ativa”, ativando nossas forças para tal feitura. Como exemplo podemos, ainda, citar: a necessidade da participação do aluno, o sentimento de pertencimento e, acima de tudo, a ação voluntária de querer fazer parte daquele espaço.

REFERÊNCIAS
RIOS, T.A. A Dimensão ética da aula ou o que nós fazemos com eles. 2º ed. Campinas. SP: Papirus. 2001. (IN) VEIGA I.P.A.V. (org). Gênese, dimensões, princípios e práticas.


Sala de aula

Uma sala de aula não é um grupo de pessoas escolhidas em razão de suas afinidades. Não é, tampouco, um conjunto de pessoas que compartilham as mesmas convicções ideológicas ou religiosas. Não é para um família cujos membros são unidos por relações de filiação. Não é um bando submetido ao comando de um líder, nem um cenário de televisão onde o espetacular é a lei. É um espaço e um tempo estruturados por um projeto específico que alia ao mesmo tempo e indissociavelmente a transmissão de conhecimentos e a formação dos cidadãos. (Meirieu 2006, p. 68)

Em conformidade com a citação acima, que fala sobre o espaço da sala de aula, pode-se compreender que a mesma não abrange uma porção de pessoas que se identificam por inteiro, não se reduz a este objetivo. Mais do que isso, ela possui um propósito que nos fica bem evidente quando Meirieu, na última frase, nos diz que o espaço da sala de aula serve para “a transmissão de conhecimentos e a formação dos cidadãos”.
Portanto, concluímos que a sala de aula não deve a sua existência tão somente aos estudantes que nela habitam. Sim, ela existe para acolher os mesmos (que são indivíduos diferentes, cada qual com suas peculiaridades), mas o que gira entorno de sua essência é a aprendizagem destes. 

REFERÊNCIAS
RIOS, T.A. A Dimensão ética da aula ou o que nós fazemos com eles. 2º ed. Campinas. SP: Papirus. 2001. (IN) VEIGA I.P.A.V. (org). Gênese, dimensões, princípios e práticas.


“Incivilidade”


Yves de la Taille, após ser interrogado sobre a indisciplina e as incivilidades na escola, pela entrevistadora, responde com uma outra pergunta “mas não têm aumentado na sociedade como um todo, essas incivilidades?”. Após isto, o professor infere que a escola é mais um “reflexo da sociedade”. É um ótimo ponto de partida para pensarmos sobre as incivilidades. Mas antes, precisamos compreender o que significa este termo que vêm permeando o campo educacional e, com afirma La Taille, a sociedade como um todo.
Trazendo dados de pesquisas feitas nos últimos 5 anos, a segunda entrevistada, Telma Vinha, alega que as violências regidas por código penal, as “violências duras”, não têm aumentado na escola. O que tem aumentado são as incivilidades, que são entendidas pela também professora como “micro violências”. As micro violências, nas palavras de Vinha, são “situações cotidianas de desrespeito”. Como exemplo, podemos nos referir ao andar pela classe na hora da aula, ignorar o professor, jogar joguinhos durante apresentações de trabalho ou chegar atrasado constantemente às aulas.
Conforme Vinha nos fala, essas pequenas incivilidades quando adquirem certa frequência e intensidade, acabam por transformar o ambiente em um caos. Promovendo, assim, o desgaste dos professores, que são ignorados, e passam por situações de desrespeito. A entrevistada nos aponta, ainda, que essas pequenas incivilidades “não ferem o código penal, mas [...] uma conduta socialmente desejável.”, o que, por consequência acaba afetando a qualidade das relações dentro da escola.
Em seguida, a professora diferencia a indisciplina da incivilidade, dizendo que enquanto a incivilidade fere a conduta desejável, a indisciplina diz respeito à “ruptura do contrato social da aprendizagem”. Finalizando sua fala, Telma Vinha diz que a encarar as incivilidades como “brincadeira da idade” permite que o desrespeito corra cotidianamente, promovendo, assim, a ideia de que o respeito não é para todos os seres humanos, mas restrito a alguns.

REFERÊNCIAS


Como combater a indisciplina e as incivilidades? Yves de La Taille e Telma Vinha. Entrevista: Nova Escola. 6’02’’. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=n5J9qgLnTY8> Acesso em 31 de março de 2016.

“O conceito de Moral e como ela se desenvolve”


Sob a perspectiva de Yves de la Taille, relacionando os conflitos sociais, a violência a moral e a ética, a moral, nas palavras do educador e psicólogo, é uma “vacina”, um conjunto de normas que norteia as ações humanas. Quando se toca no assunto “moral”, habitualmente, fala-se também de “ética”. São dois conceitos muito próximos, mas que se distinguem substancialmente. Enquanto a moral é um conjunto de normas e valores, a ética tem como princípio o bem, porém, também denota um conjunto de normas, que, como expressa o entrevistado no vídeo, engloba a moral.
Num determinado momento da entrevista, la Taille afirma que “sim, a moral se aprende” e, ainda, num segundo momento, concordando com a afirmação do entrevistador diz que a mesma “se desenvolve”. Isto posto, podemos inferir que ninguém nasce moralmente desenvolvido, não é um processo espontâneo, a moral é aprendida na medida em que é ensinada. Ainda sobre o desenvolvimento da moral, la Taille afirma que “há vários níveis” deste, “como também há vários níveis da aprendizagem matemática”, alega o educador.
La Taille comunica-nos que a família nunca foi a única provedora de valores. Citando como exemplo, ele nos diz que, num passado próximo, os valores ficavam agudamente a cargo da religião. Assim sendo, trazendo a reflexão para a esfera educacional, o entrevistado assegura que a escola é sim responsável pelo desenvolvimento da moral. De acordo com nossas discussões em sala, chegamos à conclusão de que a escola é um “depósito de afazeres” (infelizmente) e, um deles, é o desenvolvimento da moral.
“A própria sociedade hoje [...] é contraditória. [...] No mínimo, divorciada da questão moral.”, no momento posterior a esta fala, la Taille toca em alguns assuntos como o bullying, a violência e a corrupção, certificando-se de que sempre existiram e que, na verdade, a moral existe, de fato, mas a sociedade encontra-se repleta de analfabetos morais.

REFERÊNCIAS

Yves de la Taille - Conflito, Violência, Moral e Ética. Entrevista. 22’34’’. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JnU8JA_QHoo> Acesso em 31 de março de 2016.

O país irreconhecívelemente de Schwarz

Históricamente falando, a luta de classes permeia nossa sociedade há milênios. De modo mais abrangente, para adentrar na questão levantada, chamemos de luta entre poderes.  O golpe de 64 foi deflagrado e veementemente defendido pelos “ratos de missa, bacharéis e as damas da sociedade” que Schwarz cita, pois, esta camada da sociedade sentia-se ameaçada economicamente com as reformas que vinham sendo propostas pelo governo (neste momento sob o comando de Jango – o citado “João Goulart” pelas autoras Shiroma, Moraes e Evangelista). 

Foram justamente estas pessoas, “todos que temiam que o Brasil caminhasse para um regime socialista”, como cita Renato Cancian, redator da “História do Brasil no site da Uol Educação,  que contribuíram e, como citado pelo professor na pergunta, “insuflaram” as forças armadas a deflagrar o golpe de 64. O governo era, então, paulatinamente enfraquecido (destaca-se, ainda, que o mesmo já era pouco apoiado), resultando na implantação do militarismo e exílio do então presidente. 

E porque, segundo Schwarz, crítico literário formidável, o país estava irreconhecivelmente inteligente no momento que antecedia o golpe? Num período de efervescentes revoluções/mudanças (China, Cuba , Guerra Fria recente), não somente à nível nacional, o ideal que se alastrava pelas cabeças dos brasileiros era de revolução, como cita Alexandre Heleno, mestre em história, “política externa independente, reformas estruturais, libertação nacional, combate ao imperialismo e ao latifúndio, conscientização da classe operária e do movimento estudantil”. O que nos faz compreender a atmosfera que a população estava vivenciando, foi um período político/econômico/cultural extremamente movimentado. 

De fato, haviam interesses, mas as pessoas estava cientes do que estava acontecendo e aonde queriam chegar. Essa conscientização da população brasileira, que tanto falamos é o “irreconhecivelmente inteligente” que Schwarz cita.

#nãoaogolpe

PESQUISA SOBRE CERÂMICA


Segundo o dicionário Michaelis “argila” (lat argilla)  é o “1 barro empregado na cerâmica: silicato hidratado de alumínio com várias impurezas, resultantes da decomposição de outros silicatos. 2 O que se quebra facilmente. A. figulina: a. magra. A. gorda: barro próprio para moldagens e cerâmica fina; argila que contém pouca sílica. A. magra: barro próprio para tijolo. A. petrolífera: argila que contém petróleo.[...]”
Apenas pelo dicionário, conseguimos obter uma ideia da abrangência desse material. Nesta pesquisa, porém, abordaremos a argila no que diz respeito à utilização da mesma para a produção de cerâmica. Primeiramente, precisamos saber que a argila possui elementos, sendo eles, de acordo com Meira (2001), os mais frequentes: alumínio, ferro, magnésio, potássio e sódio.
Devemos, ainda, ter conhecimento que o mineral argiloso se divide em sete grupos, a saber “grupo da caulinite , grupo da ilite, grupo da vermiculite, grupo montmorilonite, grupo da clorite, grupo dos interestratificados e grupo da paligorsquite sepiolite.”. Divididas em sete grupos, a argila pode, ainda, ser analisada a partir de duas classificações: genética e industrial (ou tecnológica).
A secagem da argila, “à temperatura à roda dos 110°” (MEIRA, 2001), o material sofre uma “contrações de volume”. O processo de secagem compreende “um processo térmico que realiza a eliminação de grande parte da água de constituição e de adição, e depende de alguns fatores: estado do ar (temperatura e umidade), a quantidade de ar em contato com o material a secar, a superfície específica do material (relação superfície/volume) e a natureza do material.”. De imediato percebemos que não é um processo fácil, mas que, como outros tantos processos, necessita de prática e aprimoramento contínuo.

REFERÊNCIAS
MEIRA, J. M. L. Argilas: O que são, sua propriedades e classificações. VISA: Comunicações Técnicas, Jan. de 2001.

MICHAELIS: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998-(Dicionários Michaelis). 2259p.

Cristo Bailarino de Aleijadinho

Cristo Bailarino
“Os doze profetas” é a obra de aleijadinho que a maioria das pessoas conhece. Então, vamos falar de outra? A “Cristo Bailarino”! Por curiosidade, sabemos que a obra foi encontrada recentemente em Itu, em 2012. Ela possui 30 cm e é de madeira. A escultura representa Cristo crucificado em uma posição cheia de movimento, não é a toa que foi nomeada “Cristo bailarino”.
Aleijadinho, em suas obras arquitetônicas e esculturais, transita entre o barroco brasileiro e o rococó, porém, nesta escultura (Cristo bailarino) o que percebemos são traços do barroco. Cheia de expressividade e movimento e, ainda, como cita o pesquisador Marcelo Coimbra, “[...] evidencia a plena maturidade técnica de Aleijadinho no que se refere à anatomia”. Através desta, acreditamos que este Cristo ali na cruz existe e quase sentimos seu sofrimento!

REFERÊNCIAS

TOMAZELLA, J. M. Obra de Aleijadinho, Cristo é achado em Itu. ESTADÃO – SP. Disponível em: <http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,obra-de-aleijadinho-cristo-e-achado-em-itu-imp-,932075> Acesso em: 31 de março de 2016.

ESTUDO SOBRE ARTE INDÍGENA


Alguns materiais utilizados: cipó, palha, arumã, fibra.
A cestaria é um dos gêneros de arte indígena. A arte do trançado, segundo Zenun (1999), é “uma das mais antigas que o homem conhece” ela revela, ainda, “seu modo de vida e sua adaptação ao meio”. Isto posto, podemos trazer esta arte para a contemporaneidade e pensar: ela é produzida ainda? Sim! Sua presença perdura até os dias de hoje.
É claro que não existe na mesma medida que há tantos anos atrás, mas é evidente que não se extinguiu. Isso mostra a vivacidade da cultura indígena, que além das cestarias, possui inúmeras técnicas e materiais com que trabalham.

"A arte é inerente ao índio. Em tudo o que faz, ela sempre se manifesta - seja um simples arco, um requintado Kanitar de penas ou uma cerâmica zoomorfa caprichosamente pintada. " Orlando Bôas

REFERÊNCIAS
ZENUN, K. H; ADISSI, V. M. A. Ser índio hoje: tensão territorial. 2 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
Iandé - Casa das Culturas Indígenas: Museu Virtual. Acesso em <http://www.iande.art.br/trancado/cestocargueiro/yanomamiue040916.htm> 31 de março de 2016.

AS FORTALEZAS DO PERÍODO COLONIAL BRASILEIRO




Fortaleza de São José de Macapá tem 30 mil metros quadrados. (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Para falarmos sobre as características das fortalezas do período colonial brasileiro precisamos, antes, entender este período, contextualizando-o mesmo que brevemente, para compreendermos de fato porque foram criadas as fortalezas. É neste período que ocorre a ocupação do território brasileiro pelos portugueses. E nos, aproximadamente, 250 anos que correram “as artes plásticas e a arquitetura produzidas no Brasil” (DUARTE, 2016) são nomeadas “Arte Colonial”. Neste panorama, de descobertas, construções e invasões, ninguém se sentia seguro!

Como cita Flor Duarte “Era preciso proteger as vilas e cidades litorâneas dos ataques dos índios e dos invasores.” imagino que, inicialmente, foram tempos bem macabros. As fortalezas, então, tinham a função de “vigiar e proteger”, como afirma Rovere, em seu texto sobre o Forte da Boa Viagem. Quanto às características físicas, podemos citar a grandeza, os enormes muros, os faróis, locais para trancafiar os prisioneiros e grades “blindadas”.

Curiosidade: “Inaugurada em 1782, a Fortaleza de São José de Macapá é a maior edificação militar na América Latina.”, (a fortaleza da foto acima). “Por não haver conflitos armados, ao longo dos 232 anos da fortaleza, as únicas mortes registradas no período colonial foram as dos escravos negros e índios que trabalharam na edificação do forte”.

REFERÊNCIAS
DUARTE, Flor. Arte Colonial. In: História da Arte Brasileira. Slides: Maringá, 2016.
ROVERE, T. Rio de Janeiro – Atrativos Culturais. Blog, 2012. Disponível em: <http://tatianarovere.blogspot.com.br/p/niteroi-rio-de-janeiro-atrativos.html > Acesso em: 03 de Abril de 2016.
SANTIAGO, A. No AP, maior fortaleza da América Latina nunca foi usada em guerra. Reportagem da G1. Disponível em:




“ESTUDO SOBRE O ESTILO MISSIONÁRIO”

Comente a atuação dos jesuítas e sua influência na arte brasileira:

Primeiramente, como citado pela professora Flor Duarte, os jesuítas eram mestres em fazer doces! Mas sua grande influência na arte brasileira fora a popularização das figuras santas e construção de igrejas. Como explicita Flor Duarte (2016),
Os jesuítas serviram-se muito do impacto das artes: figuras de santos mais próximos à mentalidade aborígine, popularizando especialmente São Jorge e os Arcanjos. (DUARTE, 2016).
A chegada dos jesuítas promoveu mudanças em nosso país. Ao construir as igrejas, já tinham o seu estilo preconcebido, era evidente,
 As primeiras igrejas que os missionários erguem no Brasil não passam de modestas construções de taipa ou terra batida, geralmente cobertas de telhas rudimentares ou folhagens. Depois chegam as construções em adobe e em pedra, bem mais duráveis (DUARTE, 2016).
É válido ressaltar, também, que nãos só na área das artes os jesuítas influenciaram nosso Brasil, mas também, na educação, permeando suas ideologias pedagógicas por 200 anos em nosso país. Os jesuítas também representavam autos, o público era certeiro e a função destes também: catequizar os índios. Os autos “Às vezes eram encenados nas igrejas para maior ênfase de edificação moral.”  (DUARTE, 2016).

REFERÊNCIAS

DUARTE, Flor. O estilo Missionário. In: História da Arte Brasileira. Slides do 1º bimestre de Artes Visuais: Maringá, 2016.

Identifique e comente duas funções do curador de arte.


Entre as múltiplas funções do curador de arte, para citar duas, temos: a concepção e montagem de exposições de arte. Estas duas funções, indissociáveis, acredito que, hoje, sejam as que estão em voga no mundo da arte, onde se fala de o curador que organiza exposições. Entretanto, mais do que isso, o curador deve, também, ser um intelectual, crítico de arte, estar inserido e atualizado na mídia, no mercado e no âmbito cultural.
Na concepção da exposição, o curador tem por ofício, pensar, de certa forma, onde a exposição estará inserida. Seu contexto, conceito, referências, garimpagem de obras e sua inter-relação. O curador vai pensar no “porquê” e no “para quê” da existência de tal exposição. Ele deve torná-la instigante, inteligente e significativa, para que o público tenha contato com as obras escolhidas de uma maneira diferente e atraente. Essa mediação entre arte e sociedade também é um importantíssimo papel do curador.
Já na montagem da exposição, o curador pensará na questão estrutural da exposição. Adicionando elementos (sejam visuais, auditivos ou até olfativos) que colaborem para tornar o conceito idealizado em algo real e palpável, de modo que a estrutura também faça parte da obra final, que além das obras selecionadas, pode também ser a exposição quando elaborada por um bom curador.

REFERÊNCIAS

Discussão em sala de aula, 01/04/2016.

FARNESE DE ANDRADE


 The Devil's Oratory [1976]
Farnese de Andrade é, de longe, um dos artistas mais densos que já tive oportunidade de estudari.  Sua peculiar poética gira em torno de temas sombrios, com uma estética carregada de simbolismos e cargas emocionais.  Ao mesmo tempo em que ele nos assusta, ele nos instiga; e é aí que nos deslumbramos. Pode ser uma comparação não muito justa, mas ele me lembra Caravaggio e Goya: ousados, destemidos e singulares em sua composição.
Esta obra que eu escolhi, “The Devil’s Oratory”, possui traços característicos de suas obras em gerais (objetos e assemblages), o oratório e um boneco.  Farnese tem como tema central ele mesmo, em suas obras ele exprime “medos, dores, tristezas, rancores, complexos, perdas, depressões, recalques, pânicos, relações, fetiches, libidos, euforias e alguma alegria”. Com relação ao que foi citado, podemos afirmar que sua obra é um retrato de si e de seu inconsciente, ela “construiu assim, uma obra na qual o lirismo oscila do concreto ao abstrato e o bruto consegue ser gentil”, achei genial essa ponderação, achei pertinente anexá-la ao meu comentário pessoal.
Pelo que eu estive lendo, Farnese, tal como Goya e Caravaggio, foi um contemporâneo de seu tempo e infelizmente só foi “redescoberto” após a sua morte. É curioso pensar nesses artistas que só ganham fama após a morte, muitos deles foram incompreendidos e outros tantos só não estavam no momento certo. Mas a arte tem dessas coisas, ela nunca se limita. O velho pode ser o novo, e vice-versa, é sempre um caminho de inventividade, criatividade e novas relações.
REFERÊNCIAS
·         minha intepretação da obra