O
fato de ocuparmos uma sala de aula não significa automaticamente que a
“habitamos”. Quando alguém apenas “ocupa” um espaço, trata-se de uma estrutura
já existente: móveis, rotinas, tudo está lá e nos espera. (...) “Habitar” a
sala de aula significa formar esse espaço de acordo com gostos, opções, margens
de manobra; considerar alternativas, eleger algumas e descartar outras. Habitar
um espaço é, portanto, uma posição ativa. [É preciso, então] ativas nossas
forças no sentido de habitar o lugar que apenas ocupamos. (Dussel e Caruso
2003, p; 26)
Para
Dussel e Caruso existe uma linha tênue entre “ocupar” e “habitar”. Colocando os
termos dentro da sala de aula, para estes autores, devemos habitar esta sala, e
não ocupá-la. Mas para, de fato, habitar um espaço é necessário que exista não
somente a existência, mas a presença! A presença dos “gostos, opções, margens
de manobra [...]”.
Diferentemente
de ocupar, habitar pressupõe uma “posição ativa”, ativando nossas forças para
tal feitura. Como exemplo podemos, ainda, citar: a necessidade da participação
do aluno, o sentimento de pertencimento e, acima de tudo, a ação voluntária de
querer fazer parte daquele espaço.
REFERÊNCIAS
RIOS, T.A. A
Dimensão ética da aula ou o que nós fazemos com eles. 2º ed. Campinas. SP:
Papirus. 2001. (IN) VEIGA I.P.A.V. (org). Gênese,
dimensões, princípios e práticas.
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