quarta-feira, 4 de maio de 2016

Ocupar x Habitar

O fato de ocuparmos uma sala de aula não significa automaticamente que a “habitamos”. Quando alguém apenas “ocupa” um espaço, trata-se de uma estrutura já existente: móveis, rotinas, tudo está lá e nos espera. (...) “Habitar” a sala de aula significa formar esse espaço de acordo com gostos, opções, margens de manobra; considerar alternativas, eleger algumas e descartar outras. Habitar um espaço é, portanto, uma posição ativa. [É preciso, então] ativas nossas forças no sentido de habitar o lugar que apenas ocupamos. (Dussel e Caruso 2003, p; 26)

Para Dussel e Caruso existe uma linha tênue entre “ocupar” e “habitar”. Colocando os termos dentro da sala de aula, para estes autores, devemos habitar esta sala, e não ocupá-la. Mas para, de fato, habitar um espaço é necessário que exista não somente a existência, mas a presença! A presença dos “gostos, opções, margens de manobra [...]”.
Diferentemente de ocupar, habitar pressupõe uma “posição ativa”, ativando nossas forças para tal feitura. Como exemplo podemos, ainda, citar: a necessidade da participação do aluno, o sentimento de pertencimento e, acima de tudo, a ação voluntária de querer fazer parte daquele espaço.

REFERÊNCIAS
RIOS, T.A. A Dimensão ética da aula ou o que nós fazemos com eles. 2º ed. Campinas. SP: Papirus. 2001. (IN) VEIGA I.P.A.V. (org). Gênese, dimensões, princípios e práticas.


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