quarta-feira, 4 de maio de 2016

O país irreconhecívelemente de Schwarz

Históricamente falando, a luta de classes permeia nossa sociedade há milênios. De modo mais abrangente, para adentrar na questão levantada, chamemos de luta entre poderes.  O golpe de 64 foi deflagrado e veementemente defendido pelos “ratos de missa, bacharéis e as damas da sociedade” que Schwarz cita, pois, esta camada da sociedade sentia-se ameaçada economicamente com as reformas que vinham sendo propostas pelo governo (neste momento sob o comando de Jango – o citado “João Goulart” pelas autoras Shiroma, Moraes e Evangelista). 

Foram justamente estas pessoas, “todos que temiam que o Brasil caminhasse para um regime socialista”, como cita Renato Cancian, redator da “História do Brasil no site da Uol Educação,  que contribuíram e, como citado pelo professor na pergunta, “insuflaram” as forças armadas a deflagrar o golpe de 64. O governo era, então, paulatinamente enfraquecido (destaca-se, ainda, que o mesmo já era pouco apoiado), resultando na implantação do militarismo e exílio do então presidente. 

E porque, segundo Schwarz, crítico literário formidável, o país estava irreconhecivelmente inteligente no momento que antecedia o golpe? Num período de efervescentes revoluções/mudanças (China, Cuba , Guerra Fria recente), não somente à nível nacional, o ideal que se alastrava pelas cabeças dos brasileiros era de revolução, como cita Alexandre Heleno, mestre em história, “política externa independente, reformas estruturais, libertação nacional, combate ao imperialismo e ao latifúndio, conscientização da classe operária e do movimento estudantil”. O que nos faz compreender a atmosfera que a população estava vivenciando, foi um período político/econômico/cultural extremamente movimentado. 

De fato, haviam interesses, mas as pessoas estava cientes do que estava acontecendo e aonde queriam chegar. Essa conscientização da população brasileira, que tanto falamos é o “irreconhecivelmente inteligente” que Schwarz cita.

#nãoaogolpe

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