domingo, 29 de novembro de 2015

Vernissage e Exposição.



De acordo com  Carmem Zitta, pesquisadora na área de organização de eventos, Vernissage "é um evento demonstrativo, caracteriza-se pelo lançamento  - primeiro dia de uma exposição, geralmente de objetos artísticos (pinturas, esculturas...). Pode ser individual (apenas um artista expositor) ou coletiva (mais de um expositor).".

Ou seja, é uma prévia de uma exposição formal. Ao que tudo indica, o termo refere-se a uma tradição iniciada por Turner, pintor romântico absurdamente incrível, que no dia de envernizamento (daí vem o termo, "vernissage") fazia algumas mudanças significantes em suas obras, criando assim, uma tradição de celebrar essa finalização com amigos e "os mais chegados".

"O grupo de patronos e a elite visitavam a Academia durante o dia de envernizamento se antecipando a abertura formal da mostra, criando, dessa forma, a tradição de celebrar a finalização de uma obra de arte ou uma série delas com amigos e colaboradores." (trecho retirado do site supracitado).

A diferença existente entre vernissage e exposição é a duração, o público e o objetivo. Enquanto a exposição pode durar meses, o vernissage é mais curto. O público do vernissage é selecionado a dedo, são pessoas mais chegadas, conhecidas, e, o objetivo deste é a divulgação e, em alguns casos, a venda de obras. Os dois eventos possuem a mostra das obras, porém, o objetivo em si é diferente. O vernissage, por vezes, possui um coquetel especial para os convidados, já a exposição é aberta ao público e, em geral, não possui esse costume. Em conclusão, podemos afirmar que o vernissage é a abertura de uma exposição.

Colocando em pauta o vernissage realizado pelo terceiro ano de Artes Visuais, gostaria de fazer um comentário: Não cheguei a conversar com alguém a respeito, mas penso que o vernissage deles, neste último ano, significou muito mais que um vernissage. Pois é a abertura para todas as outras exposições que eles farão um dia!!! Saindo da faculdade com esse vernissagem, fechando com chave de ouro, é um passo para valorização deles mesmos como artistas e estudantes de arte. Eu amei a ideia!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Adolescência e identidade: fragilidade.

·         Analise a música abaixo a partir do artigo científico "Entre sofrimento e violência: a produção social da adolescência" de Jacqueline Barus-Michel (2005). Música: Não vou me adaptar (Nando Reis e Arnaldo Antunes).

A adolescência é um período de inúmeras mudanças biológicas, psicológicas, que influenciam na maneira de pensar e, consequentemente, de agir do indivíduo.  O adolescente encontra-se num período delicado, cheio de incertezas, buscas e desencontros. Fragilizado este segue, então, em busca de respostas para suas infinitas perguntas, e uma delas diz respeito ao seu eu: sua identidade. Um dos pontos marcantes tocados pela autora do artigo sobre a adolescência, dentro do aspecto psicanalítico, é o desenvolvimento do sentimento de identidade, a capacidade de reconhecer-se como si. De acordo com Barus-Michel, o contexto (social, econômico, cultural) influi diretamente nessa construção da identidade, ele é inerente e indissociável.
Fazendo uma análise da música “Não vou me adaptar” de Nando Reis e Arnaldo Antunes a partir do artigo "Entre sofrimento e violência: a produção social da adolescência" de Jacqueline Barus-Michel percebemos que a música faz uma referência direta à adolescência, mas é claro que a mesma pode ser passível de outras interpretações. Porém, dentro deste contexto, quando Nando e Arnaldo cantam os seguintes versos “Eu não vou me adaptar, me adaptar (2x) / Eu não tenho mais a cara que eu tinha / No espelho essa cara já não é minha.”, podemos inferir que concerne a esse momento de incerteza que fora supracitado.

De acordo com a autora do artigo:

A identidade é a construção contínua de uma representação de si por meio da qual se faz reconhecer. O reconhecimento dos outros, seu olhar, sua escuta, o lugar que designam ao jovem, confirmam a auto representação.

Diante do exposto, concluímos que para a construção da identidade do adolescente ser arquitetada, é necessário que haja um “olhar de fora”. O adolescente precisa estar ciente de sua representação na visão alheia, para confirmar a representação que ele possui, e vai adquirindo, de si mesmo. Levando em consideração as transformações, externas e internas, à que este indivíduo está sujeito, torna-se procedente a denominada crise de identidade. Onde o ego, ou seja, o “eu”, carece de figuras amadas e amantes, como modelos, para construção do mesmo, como cita Barus-Michel (2005).

Em “Mas é que quando eu me toquei, achei tão estranho / A minha barba estava desse tamanho.”, visualizamos um exemplo de transformação do fenótipo, que é relativo aos aspectos externos concatenado ao quesito biológico, expressa nos versos. Este sujeito já não se reconhece mais:

A situação da adolescência provoca uma fragilização identitária. A imagem do corpo [..] é teatro de mudanças incontroláveis, de modo que o sujeito vive suas próprias pulsões como desordenadas. Barus-Michel (2005)


Digamos que este ser, com as barbas já crescidas, não é o mesmo garotinho que fazia muitas perguntas e se contentava com alguma jocosidade, ou mentirinhas contadas pelos pais, como resposta. Ele quer, aliás, ele necessita de respostas dignas de dar valor ao ser, agora ciente de si e de suas incessantes modificações, internas e externas, que ele é e está se tornando.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Obra do Fauvismo e características do estilo:

Henri Matisse, Les toits de Collioure, 1906

Para discorrer a respeito das características do estilo fauvista, escolhi uma obra de Matisse, o líder não oficial do grupo dos fauves. Falar de fauvismo é falar de cor, luz, pinceladas vigorosas e falta de nuance; o qual Matisse sempre soube lidar com muita destreza.

Nesta obra, em especial, Matisse usou cores que promovem um show aos nossos olhos, e por mais “desajeitada” que possa parecer, à primeira impressão, é uma obra muito bem pensada, que sugere até certo movimento. Matisse modela seus objetos com suas pinceladas selvagens, utilizando cores intensas. Se existe alguém que representa dignamente os “ideais fauves”, este alguém se chama Henri Matisse. 

Ballet: O Lago dos Cisnes


Os elementos que fizeram do ballet “O Lago dos Cisnes” a mais famosa obra de dança de todos os tempos foram: a técnica impecável, muitos bons bailarinos em uma só obra, a coreografia, o cenário, as várias danças e variações, o “chicote”, a dualidade da bailarina (Odete x Odila) e toda a dramaticidade. É algo que toca o espectador!

Em minha opinião, é uma obra muito lúcida, cheia de surpresas, dramas, pantomimas; o que muito me agrada. Porém, dentre todos os aspectos supracitados, penso que a técnica absoluta, foi o que mais cooperou para o sucesso d’O Lago dos Cisnes na época e para o seu legado espetacular. Não deixando de lado, também, o encanto pela dança e atuação da bailarina principal. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Desenho Ornamental


Ornamento, segundo o dicionário Aurélio, significa adorno ou enfeite; ornamental, consequentemente, é aquilo que é usado como enfeite. Isto posto, podemos pensar um pouco acerca do que é o desenho ornamental.
A origem da arte ornamental, remonta ao fim do século XIX, onde surgiu a Arte Nouveau, movimento essencialmente decorativo, que inicialmente foi contemplado na arquitetura e no design, porém, acabou se alastrando pelas artes plásticas também. Na atualidade, percebemos de modo evidente, as influências deste movimento, não só nas artes, mas em nosso cotidiano.
O desenho ornamental, com efeito, possui uma visibilidade enorme nos dias de hoje, sendo apreciado em tatuagens, móveis, estampas, e também, na área do design. Segundo o texto “5 artistas especialistas em desenhos ornamentais” do site da empresa Shutterstock, que é uma agência de banco de imagens, com sede em New York, o desenho ornamental “pode não estar no topo da lista de passatempo de muitos designers, mas com certeza a arte do design ornamental continua sendo tendência.”.
Neste texto são apresentados 5 artistas: Ozerina Anna, Transia Design, Alex Makarova, Vikpit e Nataliia Litovchenko, (e em seus nomes encontra-se o link para o portifólio de cada um dos artistas). Dentre estes, nos atentaremos para duas artistas, em especial; Ozerina Anna, ilustradora, artista vetorial e cinegrafista, e Transia Design, também ilustradora, artista vetorial e cinegrafista.  São dois mundos diferentes, duas visões de designers e dois trabalhos impressionantes e contemporâneos.
Ozerina, produz rótulos encantadores, diga-se de passagem, inspirada particularmente, pelo estilo vintage (estilo que resgata elementos das décadas de 20 a 60), e Transia, distingue-se de Ozerina, com seus desenhos étnicos super detalhados. O que essas duas artistas tem em comum? O desenho ornamental. Analisando as obras dessas duas artistas, individualmente e conjuntamente, avistamos quase que uma harmonia entre seus trabalhos, mesmo tendo influências de estilos diferentes, a raiz é a mesma.
É fundamental percebermos os vários desdobramentos em que o ramo do desenho ornamental se apresenta. Se relembrarmos sua origem, podemos enxergar que sua influência foi colossal, e o seu desenvolvimento, também.
Se torna muito interessante analisar o trabalho dessas duas artistas, quando sem nos darmos conta, observamos uma mandala de Transia e já nos lembramos de tatuagens que vimos por ai, ou quando vemos um rótulo produzido pela Ozerina e já nos vem à mente uma garrafa de cerveja conhecida. Engraçado como as artes se conversam, e de tempos em tempos, essa dialética veio se tornando mais presente no campo artístico.
Por fim, fazendo um pequeno enlace, gostaria de colocar em voga o trabalho da artista ucraniana, Nataliia Litovchenko, que me chamou bastante a atenção. A delicadeza de como ela compõem seus convites me fascinou, e o mais curioso, é que de algum modo, ela trouxe para mim um resgate das duas artistas já comentadas, com seu estilo vintage onde, por vezes, utiliza-se das mandalas. Nataliia utiliza cores que me agradam muito. Por inteiro, é um trabalho maravilhoso!

Acesso ao site: http://www.shutterstock.com/pt/blog/5-artistas-especialistas-em-desenhos-ornamentais

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Comentário sobre obra fauvista.


Waterloo Bridge, 1906 
André Derain

Dos pintores do círculo fauvista, Derain é um que muito me agrada. Suas cores puras, muito bem combinadas, e suas pinceladas ferozes, dão ao mesmo um caráter peculiar.
A obra fauvista que eu escolhi para fazer um comentário foi a “Waterloo Bridge”, 1906, de André Derain. “As cores chegaram a ser para nós, cartuchos de dinamite”, e como! Está frase pertence ao pintor deste belo quadro; e ao meu ver, exprime o sentimento em relação às cores, e sua abundância. À primeira vista, não lidei muito bem com todo esse sobejo de cores e essa forma grotesca. Mas os fauves são assim mesmo, selvagens. Agora já o vejo com outros olhos... Olhe bem para este quadro, remete-nos à um mosaico brilhante, voraz.
Derain, evidentemente, usou as cores como dinamites, explodindo nosso olhar com impetuosidade, compondo maravilhas fauves!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Análise do documentário "É o bebê" à luz da teoria de Gesell

Conforme proposto pela professora de Psicologia de Educação, o texto a seguir tem o objetivo de realizar uma breve análise do documentário “É o bebê”, do canal GNT, ressaltando três aspectos que se correlacionam com a teoria de Gesell.

As três características apresentadas no documentário que foram levantadas foram as seguintes:
1.       Interação do bebê com seu meio;
2.       Visão;
3.       Noção espacial.

Isto posto, considerando o primeiro aspecto, a “Interação do bebê com seu meio”, pudemos observar que tal como aponta Gesell, é colocado que o meio pode impulsionar o desenvolvimento do bebê, mas, não é ele quem o define. Como postula o autor d’A criança de 0 a 5 anos, “os fatores ambientais favorecem, infletem e modificam as progressões do desenvolvimento, mas não lhes dão origem”.

Com referência ao segundo item, a Visão, tal como exposto no vídeo, “com três semanas de vida os músculos mais ativos do bebê são os que controlam os olhos”, ou seja, ela é o primeiro instrumento de conhecimento do mundo, após a vida intrauterina. Como Gesell explicita, “Pouco tempo após o nascimento, o bebê começa a olhar para os objetos, muito antes de ser capaz de tocá-los. Olhar é uma reação ativa.”. O pensamento de Gesell harmoniza-se, então, com o que nos é apresentado, revelando-nos que a visão é fundamental para o desenvolvimento da mente, pois, é a partir dela, em princípio, que o bebê explora o mundo, nas palavras de Gesell: “o bebê se assenhoreia do mundo físico com os olhos muito tempo antes de o tomar nas mãos”.

Já com relação ao terceiro aspecto levantado, a Noção espacial, entendemos, com a seguinte colocação “desde nascido têm noção de profundidade, mas não sabe do seu perigo em potencial”, que a percepção do espaço é desenvolvida mais cedo, e com mais facilidade. Gesell declara que “Os conceitos de tempo (duração) são, do ponto de vista do desenvolvimento, mais difíceis do que os conceitos de espaço (grandeza)”, justamente pelo fato de que o tempo é algo mais abstrato, enquanto a noção espacial é concreta.

Apresentado os três aspectos, podemos nos referir, também, que o documentário que nós assistimos é uma amálgama das teorias maturacionistas, perpassando por teóricos como Piaget, Wallon, e também, Gesell, o autor que estudamos neste 3º bimestre.


Destarte, os aspectos levantados, que fazem uma analogia com a teoria de Gesell, foram alguns dos muitos apresentados, dentre eles, podemos citar a questão da busca por rostos durante os primeiros 2 meses e o reconhecimento dos rostos, o reflexo para andar, a imitação como forma de aprendizagem, que por volta dos 4 meses os bebês já diferenciam as linguagens, e o choro como  forma de comunicação.

sábado, 19 de setembro de 2015

Les Demoiselles chocantes


Les Demoiselles d’Avignon, 1907
Pablo Picasso

Les Demoiselles d’Avignon foi considerado um quadro radical. A obra teve uma recepção hostil, porém, não foi o tema, que retrata prostitutas em um bordel, que chocou, e sim, o estilo da pintura, onde Picasso reduz os corpos a formas geométricas. Não há muito senso de profundidade espacial, e a perspectiva deslocada, é um tanto perturbadora, forçando o olhar a mover-se pela tela a procura de sentido...

Picasso tinha interesse pela escultura ibérica que pode ser notada neste quadro. A influência das máscaras africanas também não passa despercebida, podendo ser evidentemente vistas nos rostos das mulheres. Muitos dizem que esta obra exala uma sexualidade oculta, que se torna evidente nas pinceladas enérgicas.

A obra foi uma quebra, tanto em relação com às obras anteriores do artista, quanto em relação è própria arte. É sensacional. Já ouvi muitas críticas sobre o quadro, mas com certeza este é um dos meu preferidos do Picasso, tem algo muito peculiar, não sei se é na composição espacial, unida a composição de cores, que me chama atenção. É diferente, é estranho, e eu gosto disso.

REF.: Tudo sobre arte, Stephen Farthing.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Consumo X Sustentabilidade


A aceleração da Sociedade NÃO Sustentável está intrinsicamente ligada ao consumismo. No vídeo disponibilizado no fórum 4, verificamos esta problemática a partir de olhos estadunidenses. Como considerado pela Annie Leonard, interlocutora, os Estados Unidos da América são uma “nação de consumidores”. Porém, não é apenas lá que há indícios (indubitavelmente comprovados) de uma sociedade consumidora. O ideal do "consumir para se sentir bem", formulado pouco tempo depois da 2ª Grande Guerra, foi propagado pelo mundo todo. O objetivo? R: Propiciar mais bens de consumo. “Quanto mais, melhor”.

Como sabemos, toda ação tem uma reação, e, reflexo disto nós conseguimos ver com nitidez: “Durante as três últimas décadas usamos 33% dos recursos naturais do planeta, nós cortamos, minamos, perfuramos.” Estamos ficando sem recursos naturais, estamos devorando o planeta! Transformando-o em lixo, pois, 99% do que consumimos, em questão de meses até, vai para o lixo.

Os impactos ambientais vêm crescendo exponencialmente, e hoje, a chamada consciência sustentável, vem tentando ser imposta por gente que pensa sustentavelmente, pessoas que compreendem a seriedade do assunto e propõe novos meios de produção, materiais e matérias alternativas, confrontando a “obsolescência planejada” e a “obsolescência perceptiva”, reciclando, para não usar e jogar fora. 

De acordo com Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz as suas necessidades sem diminuir as possibilidades das gerações futuras de satisfazer as delas", ou seja, uma sociedade que colabora para o bem mundial, tanto do planeta terra, quanto com a humanidade; sendo, então, uma sociedade que não é cegada pelo egoísmo.

Neste sistema, plenamente em crise, encontramo-nos emergidos num ciclo sem fim de "trabalhar, ver, comprar", sendo tapeados pela mídia e taxados de infelizes, encontrando, superficialmente, saciedade em produtos descartáveis que, em sua grande maioria, não dá para ser reciclado. O verdadeiro custo de todo esse circuito alienado não reflete nos custos, e sim, em nosso planeta, nosso único e querido planeta habitável, que aos poucos vem sendo deteriorado por nós mesmos, sem um pingo de compaixão. Pagamos com recursos (que se esgotam), com aumento de doenças e algumas crianças pagam até com o seu futuro.  

“Sustentabilidade”, ainda vamos ouvir falar muito neste termo. Aspiramos, porém, que seja acatado com presteza, e não só apenas ouvido e jogado no lixo, como tudo o que viemos consumindo.  

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Obra Romântica




O viandante sobre um mar de nuvens
(1818)

Caspar David Friedrich
Kunsthalle, Hamburgo, Alemanha

Escolhi esta obra romântica, pois, aprecio toda a complexidade e o mistério contidos no simples retratar de um homem solitário, em estado contemplativo, de costas para quem o observa, “sobre um mar de nuvens”. Ele está no cume de uma montanha, como num precipício do seu próprio eu! É um confronto, (ou mesmo um elo) da natureza do homem e a natureza, esplêndida, tal qual o pintor retrata em seus diversos quadros de paisagens alemãs: a natureza na sua voracidade e grandeza. Porque o romantismo também representa o voltar os olhares à natureza, tão próxima do homem. Esteticamente falando, o que mais me agrada é o ar místico, os tons de azuis, o cenário em si e a grande névoa.


Curiosidade: Tão romântica como se apresenta, esta obra tornou-se um dos ícones do homem romântico. 

terça-feira, 8 de setembro de 2015

O ambiente na obra de Toulouse-Lautrec


Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa (1864-1901) foi um pintor pós-impressionista, conhecido por retratar em suas pinturas a vida boêmia parisiense do final do séc. XIX. Toulouse-Lautrec deixara para trás uma vida rarefeita no campo, de Languedoc, para mergulhar na camaradagem do mundo da arte e na vida marginal de Paris. Destarte, passara parte de sua vida, infelizmente curtíssima, nas ladeiras suburbanas de Montmartre, em cabarés; em suma, na vida noturna que a cidade das luzes lhe oferecia. Foi esse ambiente, plenamente boêmio, que o pintor representou em grande parte de suas pinturas.


As gravuras japonesas, nesta época, vieram como uma onda de influência, junto com a fotografia, promovendo transformações nas pinceladas de vários pintores, Toulouse-Lautrec foi um desses artistas, influenciado, também, por Degas. Acerca do tema, Belinda Thomson (1999), em seu livro “Pós-impressionismo”, argumenta que:

             [...] a influência japonesa alcançava o nível de moda nas ruas. Assim, não tanto por sua novidade, mas pelo momento em que ocorreu, a mostra informal das gravuras colecionadas por Van Gogh foi fundamental para Bernard, Anquetin e Toulouse-Lautrec.


Sendo assim, podemos notar tamanha repercussão da arte japonesa nas pinturas dos artistas deste período, inclusive de Lautrec, podendo ser mais bem verificada em seus cartazes. É válido ressaltar que o pintor, além de pintar a vida boêmia da Paris fin-de-siècle, foi um litógrafo muy importante, revolucionando a arte de fazer cartazes.


Em seus menos de 20 anos de produção artística, pintou com tinta óleo, aquarela, produziu cartazes, descobriu o seu lugar de inspiração na vida noturna e deixou um legado solene. Entre os pós-impressionistas, Toulouse-Lautrec com certeza é um dos pintores que está dentro do meu top five. A maneira sutil como ele pintou a vida boêmia de Paris, para mim, é encantadora. As cores, o traço, as expressões, a forma como ele enquadrou as cenas; é um universo peculiar, todo “Toulouseano”.

Curiosidade:

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Palestra sobre a “Didática do Pensamento Crítico e Habilidades Cognitivas”.

O professor Laênio Loche (palestrante) compartilhou conosco, no dia 21/08, a importância do pensamento crítico na vida dos acadêmicos, ou seja, a capacidade de pensar por si só, questionando sempre! O público alvo da palestra foram os cursos de licenciatura, lá estavam os acadêmicos de Artes Visuais, Músicas, Pedagogia, entre outros.
Ele direcionou suas palavras à nós, porém, nos fez entender que não são apenas os alunos que devem possuir um pensamento crítico, mas, também, os professores, para que possam fazer seus alunos aprenderem a pensar. Penso que esse foi o ponto fulcral de toda a palestra, pois, a pós-graduação que nos estava sendo apresentada, tem o propósito aprendizagem de uma didática do pensamento crítico.
Ademais, o palestrante nos retratou as habilidades cognitivas necessárias para um pensamento crítico: analisar, avaliar, classificar, comparar, definir, descrever, exemplificar, explicar, interpretar, sintetizar, explicando-as uma a uma. Expôs, também, as competências argumentativas: argumentação, análise argumentativa, avaliação argumentativa, falando de sua importância para uma boa elocução.
Isto posto, pudemos ponderar e chegar a conclusão, juntos, de que principalmente no período em que nos encontramos, sendo bombardeados por informações a todo instante, precisamos adquirir um pensamento crítico para nos abstermos de simplesmente engolir a informação sem mastigá-la, talvez seja essa a melhor maneira de ilustrar o que foi-nos transmitido. Compreendendo, sobretudo, que ser crítico não é criticar tudo, e sim, saber ser reflexível perante toda e qualquer situação que lhe é proposta; ou imposta.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O estilo de Claude Monet


          Monet foi fundamental para o desenvolvimento do impressionismo, não fosse o quadro “Impressão”, quem sabe, hoje nem reconheceríamos tal estilo como impressionismo. Mas a influência de Monet vai além de uma nomenclatura, seus princípios e práticas, levados afinco até o fim de sua vida, moldaram os ideais do movimento. Monet era conhecedor da época dos gigantes, o Renascimento, dispunha de muita técnica, e o que fazia em seus quadros era pura ciência, buscando retratar a impressão de um instante real da vida cotidiana. Ele possuía um barco adaptado, com seus instrumentos de pintura, foi neste barco que compôs algumas de suas obras mais extraordinárias. Além de todos estes feitos, como viemos estudando, Monet abriu as portas para a modernidade.
          Mas só conseguimos compreender tamanha importância no observando suas obras, que com certeza ao vivo devem ter o triplo do impacto, como estas:

As papoulas silvestres, 1873



          Que foi exibida na primeira exposição impressionista em 1874, podemos enxergar com clareza o talento de Monet em representar uma figura ou uma flor com poucas e ágeis pinceladas.


Arrival of the Normandy Train, Gare Saint-Lazare, 1877



          Ou esta, em que Monet observou a estação de trem, com a fumaça embriagante e a correria das pessoas. Os efeitos fugazes da luz e cor foram captados pelo artista com grande maestria.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Luis XIV e a dança



Luis XIV, também chamado de “O Rei Sol” por sua performance no ballet da noite, teve um reinado longo e repleto de realizações. Foi ele quem deu todo suporte para a dança se desenvolver e se difundir pela França, transformando Paris em nada mais nada menos do que o centro da arte na época em que reinou. Luis XIV demonstrava o seu poderio através da arte, o palácio de Versalhes fala por si só... Ele foi um patrono da arte, investindo muito em espetáculos, regulamentando a ópera, criando cargos e estabelecendo salários, abrindo teatros, promovendo a abertura de escolas de ballet (a primeira, inclusive) acurando, por consequência, o gosto do povo, fazendo com que o ballet cada vez mais tivesse que dispor de técnica, tornando-a cada vez mais importante.

Embora tenha surgido nas cortes italianas, o ballet se consagrou em terrenos franceses e foi lá também, durante o reinado de Luis XIV, que o mesmo saiu das cortes e foi para o teatro. Não fosse seu espírito luxuoso e artístico exacerbado, a dança não teria se expandido pela Europa tão rapidamente e com tanta força, e quem sabe, o ballet não teria se desenvolvido com tal caráter pomposo.

William Turner: o romântico inovador.

Se pensarmos que em cada época, existem ideais diferentes, culturas cultivadas sob visões diferentes, e até mesmo os instrumentos dos artistas são diferentes... Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que através das obras de arte, patrimônio cultural e fonte de informações diretas sobre inúmeras sociedades, pode-se contar a história da humanidade. Neste período que estudamos, mais conhecido como uma revolução: o Romantismo, a intenção dos artistas era de dramatizar, ou melhor dizendo, de dar emoção às suas obras. Diferente do Barroco, é triste, um tanto melancólico, e foi nesta época em que começou-se a imprimir o individual de cada artista em sua obra. Ou seja, o Romantismo abriu as portas para o individualismo do ser humano, expondo sua visão de mundo em suas pinceladas. Penso que a partir do Romantismo é que a história da humanidade pode ser conhecida de modo mais íntimo e peculiar.

“William Turner: o romântico inovador”, esse título foi colocado para dar ênfase às inovações de Turner, um contemporâneo de seu tempo. Depois de Turner, a concepção de pintor paisagístico mudara, natureza e homem foram atados; e o inovador havia a dominado, expressando as emoções dos homens através da mesma, produzindo paisagens intensas e nebulosas.

No primeiro contato com a obra de Turner, a sensação que nos transmite é de movimento e voracidade, um movimento constante das ondas, do mar, da água no seu fluxo contínuo, a neblina pairando pelo céu e as imagens embaçadas, como nossa visão, diante de tais cenas. Isso tem emoção, é intenso... É romântico. Mas Turner não é apenas isso. Esse magnífico pintor foi um contemporâneo de seu tempo, anunciando de modo sutil o que viria pela frente, o Impressionsimo, através de sua impressão realista da natureza, apresentando-nos a sua imensa força e demonstrando-nos domar a mesma.

A obra que eu escolhi, “The Slave Ship” (abaixo), fala por si mesma: brusca, violenta e sincera; com essas palavras, eu a descreveria. O grande feito de J. M. W. Turner é inconfundível! Quando dizem que Turner captou a natureza no seu modo mais intenso, não é balela. Suas pinceladas têm vida, as cores que ele utiliza, dão contraste e fazem de suas pinturas, algo distinto dentro da revolução romântica.


The Slave Ship, 1840





quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Sobre a redução da maioridade penal.

A questão da maioridade penal é extremamente complexa e, a minha pretensão, ao me posicionar contra a (PEC) 171/93, não é de exaurir o assunto, mas proporcionar uma reflexão acerca deste tema, que é tão delicado, e que nos diz total respeito.

A violência existe e sempre existiu na sociedade, desde os seus primórdios, e ao Governo cabe a responsabilidade de lidar com os problemas sociais, ao passo que nós, cidadãos, também devemos colaborar para o bom funcionamento, mas até certo limite; por exemplo: uma criança que é espancada em casa, isso, de fato, reflete no seu comportamento, no seu psíquico e por conseguinte, no seu desempenho escolar. Ao professor, que sabe seus direitos e deveres enquanto cidadão, e que se preocupa com a educação de seu aluno, compete a função de denunciar este(s) pai(s), mas não de ir até a porta da casa dos mesmo tirar satisfação do que sucede. A lei existe para isso! Já dizia Aristóteles “o homem é um ser político”, e defende Ignácio Mendez Kersten em seu artigo “A constituição do Brasil e os Direitos Humanos” concordando com o filósofo: “com razão, pois, a vida em sociedade facilita a divisão do trabalho e, inclusive, a proteção de um grupo em face de outro.”.

Então, torna-se muito cômodo incumbir à instituição educacional o dever de acolher e suprir as necessidades destes jovens criminosos, como anda sendo pronunciado, esquecendo-se de que a mesma é apenas parte deste todo, que colabora, ou no caso da educação brasileira, que deveria colaborar, com a harmonia social (desde a boa convivência até a economia). Mas este é apenas um dos fatores que envolvem a questão da redução da maioridade penal.

De acordo com a Constituição Federal Brasileira, todos têm direito à “educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança (...)”, e se é dever do Estado, enquanto governo que rege o país, proporcionar segurança para os cidadãos, penso que colocar estes jovens de 16 anos de idade dentro de presídios, é não cumprir com este dever. Apoiando essa barbárie, consequentemente, apoia-se a má condução deste Estado, que explora o corpo e cabeça dos que fazem parte deste pedaço de mundo, que lutam todos os dias por melhores condições de vida, enquanto a desigualdade social bate à porta em todos os cantos do país, menos dos políticos, é claro, pois o tapa vista destes cavalos focalizam apenas em suas viagens, carros e mansões de luxo.

Que é mais barato investir na educação (ao invés de promover um corte de 9 bilhões de reais), do que na criação e ampliação de presídios, não se tem dúvidas. Mas não se esqueçam de que este Governo, nutrido até o topo de corrupção, não quer gente que pense, gente que sabe o que é direito e o que é dever. Gente que, sabendo então dos seus direitos e deveres, os reivindicam.

Não podemos colocar a lei contra nós mesmos; agora se pensa em reduzir a maioridade penal para 16, logo será para 14. Levando em conta que este mesmo jovem de 16 anos, que tem idade para ser preso, terá passagem livre para tirar a carteira de habilitação e ir para a rua, não se esquecendo, também, como apontam as pesquisas, que a reincidência de quem vai preso, no nosso país, é de 70%, ou seja, após passar um tempo (longo ou curto) nos debilitados presídios do Brasil, 7 em cada 10 dos criminosos voltam a cometer os mesmo crimes ou até piores. Devemos então, buscar uma solução, ou cegar nossos olhos para a barbaridade, a falta de alteridade, e o desrespeito colocando todos numa prisão? 

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ballet Romântico x Artes Visuais





 Primeiramente... A relação existente entre o ballet romântico e o romantismo nas artes visuais, pode ser enxergada quando reparamos num cenário de ballet romântico. O clima misterioso do 2º ato (mundo espiritual), parece mais um quadro de algum pintor romântico, como por exemplo Caspar David Friedrich e suas paisagens alemãs. 

  Com o ballet romântico, ouve uma metamorfose estética das bailarinas. Verificamos isto, diferenciando a La fille mal gardée e a La Sylphide, onde na segunda peça, as bailarinas são pálidas, magérrimas, ao contrário da primeira, onde parecem mais “comuns” à nós. Essa mudança foi provocada a princípio, pela busca da emoção que os bailarinos românticos tencionavam. A fragilidade da pequena bailarina, contrastava com as tragédias das histórias e a imensidão da natureza selvagem. 

O ballet de ação


     De ballet da corte, o estilo de dança foi desenvolvendo a técnica e consequentemente os espetáculos, até surgir um movimento inovador que veio a influenciar todo o ballet posterior. A narrativa na dança, criada por Jean-Georges Novérre, principal nome da “reforma no ballet”, deu ao ballet um novo estilo: o ballet de ação. Antes de Novérre, as peças tinham mímicas, mas não uma ação completa, foi ele então quem introduziu a narrativa envolta por pantomimas no ballet. Os propósitos difundidos por Novérre, em sua famosa Letters sur la Danse, são válidos até os dias atuais, sendo a sua ideia central, manifestar ideias e paixões através dos movimento. Após a idealização desta nova forma de dança, Novérre abriu espaço para a pantomima no ballet, aproximando-o do teatro, onde há uma coreografia embasada numa história. Tal evento trouxe a dança, de vez por todas, para dentro dos teatros. 


     O ballet La Fille Mal Gardée, criado por Daubervaul, passado em sala pela professora, como vimos, é um exemplo de ballet de ação, em que a todo o momento os bailarinos nos demonstram o que está acontecendo na história dramática, ou seja, a narrativa nos vai sendo apresentada através da dança-ação, e vamos interpretando os movimento, como se estivéssemos vendo uma peça de teatro dançada.

     Penso que Novérre aproximou o ballet do público, cativando e emocionando, atravessando a limitação mecânica das técnicas (que não podem ser deixadas de lado, é claro) dando um novo sentido. Ele revolucionou, deixando seu nome para a posterioridade, e suas ideias que perduram até os dias de hoje.

Introdução.: Digital Art (segundo bim.)

     Optei por trabalhar com um artista digital, justamente pelo fato de o conteúdo central ser a Arte Digital. Para construir a identidade visual do trabalho, então, me inspirei nas obras de Vera Molnár, uma das pioneiras da Arte Digital. Na capa, sumário e introdução, utilizei a obra “25 Carrés” (1990/91), manipulando-a para a composição das páginas. Já no livro, marcador e cartaz da disciplina, “Gothique” (1990), foi a obra designada como parâmetro para a construção visual de cada criação digital.

     Dentre tantos artistas, escolhi a Molnár por afinidade. Em grande parte de suas obras, a artista trabalha com formas geométricas, prevalecendo nestas o uso de quadrados e retângulos, construindo obras encantadoras, como “Estruturas quadradas” (1989), cheias de movimento e aglomerado de cores que agradam o olhar de quem as observa.

     Na criação do encarte de CD, adotei duas obras da fotógrafa Francesca Woodman. A banda fictícia se chama “ALAR”, de dar asas e elevar. Pensei primeiro na artista e depois no nome da banda, secundariamente, idealizei como seria o estilo: instrumental, com uns vocais distorcidos, como num vulto da Woodman, numa produção musical Lo-Fi, um tanto eletrônica, bem caseira, e, profundamente tocante; Algo que faça o ouvinte ALAR! Os nomes das músicas fictícias foram pensados a partir de uma “ordem de devaneio”, para o ouvinte tresloucar dançando, como numa dança macabra dos tempos medievais.


     Já na criação da colagem digital, além da Woodman, me inspirei num trecho de um poema da Sylvia Plath, chamado Espelho: “Não faço pré-julgamentos. /O que vejo engulo de imediato/Tal como é, sem me embaçar de amor ou desgosto. /Não sou cruel, simplesmente verídico /O olho de um pequeno deus, de quatro cantos. /Reflito todo o tempo sobre a parede em frente. /É rosa, manchada. Fitei-a tanto/Que a sinto parte do meu coração. Mas cede.” As obras dessas duas grandes mentes suicidas entrelaçam-se de maneira sublime, como se a Woodman capta-se fotograficamente os poemas de Plath, ou vice-versa. Tão belo, e tão romântico, onde a beleza é oriunda da tristeza que emociona e encanta. 

Pop Art

   A Pop Art surgiu na Inglaterra em meados dos anos 50, mas é bem no começo da década de 60, que ela não somente surge nos EUA, mas é reconhecida como movimento. O ano de 1962, foi de suma importância na “vida” dessa arte, foi o ano em que ocorreram as primeiras exposições dos artistas considerados notáveis neste movimento. Foi nesse meio que surgiu: Roy Lichtenstein e seus cartoons, Andy Warhol e as reproduções em silkscreen e o escultor Claes Oldenburg.

   É válido ressaltar, que a Pop Art não foi recebida de braços abertos por todos e que o intuito dos artistas com as obras Pop, em geral, não eram os mesmos. Não é a toa que Stephen Farthing cita em seu livro Tudo Sobre Arte que “A pop arte nunca foi um movimento coerente. Cada artista tinha seu projeto e suas trajetórias.”. Na Inglaterra, berço da Pop Art, por exemplo, os artistas demonstraram certo encantamento pelo american way life, mas não podemos ignorar o período pós-guerra pelo qual perpassavam, pois, estavam olhando para o futuro com certo otimismo do reerguimento norte-americano.

   Quando falamos em Pop Art a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas, geralmente, são os quadrinhos, as celebridades da época, colagens, repetições e produtos, muitos produtos. Essa arte abre um leque gigante no que diz respeito aos seus conteúdos, mas se une como um todo nas suas características visuais, ou seja, a estética. Os artistas usavam materiais distintos -como a tinta acrílica, poliéster, látex- as cores eram fortes, e as técnicas variadas, indo de colagens à serigrafia. A Arte Pop é considerada uma arte irônica, que “brinca” com os produtos de massa e o consumismo da sociedade.                                                                                                   

   Enquanto de um lado, existiam artistas pop que faziam obras passíveis de serem interpretadas como criticas à moderna sociedade de consumo, de outro, haviam artistas interessados mesmo em contrapor a distinção artificial dos críticos entre cultura “de elite” e cultura “de massas” e a sofisticação elitista do “bom gosto” tradicional.

   Entretanto, houve um artista, Andy Warhol, um tanto quanto peculiar, que merece nosso destaque. Não tem como falar em Pop Art, sem citar este artista provocante e apreciador da fama. “Warhol, em contraste, procurou eliminar de sua obra os valores artísticos tradicionais. Em seu estúdio de Nova York, provocativamente batizado de “A Fábrica”, ele se propôs a produzir imagens por meio de processos impessoais, proclamando que elas não tinham nenhum valor, salvo o monetário no inflacionado mercado da arte” dizendo ainda que aprendera “a ver a arte comercial como verdadeira arte e a verdadeira arte como arte comercial.”.                     

   A obra à direita pertence ao Warhol (1964), quis trazê-la, pois, embora não retrate a Pop Art por completo, representa um dos seus aspectos mais singulares: o produto como arte.