domingo, 29 de novembro de 2015
Vernissage e Exposição.
De acordo com Carmem Zitta, pesquisadora na área de organização de eventos, Vernissage "é um evento demonstrativo, caracteriza-se pelo lançamento - primeiro dia de uma exposição, geralmente de objetos artísticos (pinturas, esculturas...). Pode ser individual (apenas um artista expositor) ou coletiva (mais de um expositor).".
Ou seja, é uma prévia de uma exposição formal. Ao que tudo indica, o termo refere-se a uma tradição iniciada por Turner, pintor romântico absurdamente incrível, que no dia de envernizamento (daí vem o termo, "vernissage") fazia algumas mudanças significantes em suas obras, criando assim, uma tradição de celebrar essa finalização com amigos e "os mais chegados".
"O grupo de patronos e a elite visitavam a Academia durante o dia de envernizamento se antecipando a abertura formal da mostra, criando, dessa forma, a tradição de celebrar a finalização de uma obra de arte ou uma série delas com amigos e colaboradores." (trecho retirado do site supracitado).
A diferença existente entre vernissage e exposição é a duração, o público e o objetivo. Enquanto a exposição pode durar meses, o vernissage é mais curto. O público do vernissage é selecionado a dedo, são pessoas mais chegadas, conhecidas, e, o objetivo deste é a divulgação e, em alguns casos, a venda de obras. Os dois eventos possuem a mostra das obras, porém, o objetivo em si é diferente. O vernissage, por vezes, possui um coquetel especial para os convidados, já a exposição é aberta ao público e, em geral, não possui esse costume. Em conclusão, podemos afirmar que o vernissage é a abertura de uma exposição.
Colocando em pauta o vernissage realizado pelo terceiro ano de Artes Visuais, gostaria de fazer um comentário: Não cheguei a conversar com alguém a respeito, mas penso que o vernissage deles, neste último ano, significou muito mais que um vernissage. Pois é a abertura para todas as outras exposições que eles farão um dia!!! Saindo da faculdade com esse vernissagem, fechando com chave de ouro, é um passo para valorização deles mesmos como artistas e estudantes de arte. Eu amei a ideia!
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Adolescência e identidade: fragilidade.
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Analise a música abaixo a partir do artigo científico
"Entre sofrimento e violência: a produção social da adolescência" de
Jacqueline Barus-Michel (2005). Música: Não vou me adaptar (Nando Reis e
Arnaldo Antunes).
A adolescência é um período de
inúmeras mudanças biológicas, psicológicas, que influenciam na maneira de pensar
e, consequentemente, de agir do indivíduo. O adolescente encontra-se num período
delicado, cheio de incertezas, buscas e desencontros. Fragilizado este segue,
então, em busca de respostas para suas infinitas perguntas, e uma delas diz
respeito ao seu eu: sua identidade. Um dos pontos marcantes tocados pela autora
do artigo sobre a adolescência, dentro do aspecto psicanalítico, é o
desenvolvimento do sentimento de identidade, a capacidade de reconhecer-se como
si. De acordo com Barus-Michel, o contexto (social, econômico, cultural) influi
diretamente nessa construção da identidade, ele é inerente e indissociável.
Fazendo
uma análise da música “Não vou me adaptar” de Nando Reis e Arnaldo Antunes a
partir do artigo "Entre sofrimento e violência:
a produção social da adolescência" de Jacqueline Barus-Michel percebemos
que a música faz uma referência direta à adolescência, mas é claro que a mesma
pode ser passível de outras interpretações. Porém, dentro deste contexto,
quando Nando e Arnaldo cantam os seguintes versos “Eu
não vou me adaptar, me adaptar (2x) / Eu não tenho mais a cara que eu tinha / No
espelho essa cara já não é minha.”, podemos inferir que concerne a esse momento
de incerteza que fora supracitado.
De acordo com a autora do artigo:
A identidade é a construção contínua de uma representação de si por meio
da qual se faz reconhecer. O reconhecimento dos outros, seu olhar, sua escuta,
o lugar que designam ao jovem, confirmam a auto representação.
Diante do exposto, concluímos que para a construção da identidade do
adolescente ser arquitetada, é necessário que haja um “olhar de fora”. O
adolescente precisa estar ciente de sua representação na visão alheia, para
confirmar a representação que ele possui, e vai adquirindo, de si mesmo.
Levando em consideração as transformações, externas e internas, à que este
indivíduo está sujeito, torna-se procedente a denominada crise de identidade.
Onde o ego, ou seja, o “eu”, carece de figuras amadas e amantes, como modelos,
para construção do mesmo, como cita Barus-Michel (2005).
Em “Mas é que
quando eu me toquei, achei tão estranho / A minha barba estava desse tamanho.”,
visualizamos um exemplo de transformação do fenótipo, que é relativo aos
aspectos externos concatenado ao quesito biológico, expressa nos versos. Este
sujeito já não se reconhece mais:
A situação da adolescência provoca uma
fragilização identitária. A imagem do corpo [..] é teatro de mudanças
incontroláveis, de modo que o sujeito vive suas próprias pulsões como
desordenadas. Barus-Michel (2005)
Digamos que este
ser, com as barbas já crescidas, não é o mesmo garotinho que fazia muitas
perguntas e se contentava com alguma jocosidade, ou mentirinhas contadas pelos
pais, como resposta. Ele quer, aliás, ele necessita de respostas dignas de dar
valor ao ser, agora ciente de si e de suas incessantes modificações, internas e
externas, que ele é e está se tornando.
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Obra do Fauvismo e características do estilo:
Henri
Matisse, Les toits de Collioure, 1906
Para discorrer a
respeito das características do estilo fauvista, escolhi uma obra de Matisse, o
líder não oficial do grupo dos fauves.
Falar de fauvismo é falar de cor, luz, pinceladas vigorosas e falta de nuance;
o qual Matisse sempre soube lidar com muita destreza.
Nesta obra, em especial,
Matisse usou cores que promovem um show aos nossos olhos, e por mais
“desajeitada” que possa parecer, à primeira impressão, é uma obra muito bem
pensada, que sugere até certo movimento. Matisse modela seus objetos com suas
pinceladas selvagens, utilizando cores intensas. Se existe alguém que
representa dignamente os “ideais fauves”,
este alguém se chama Henri Matisse.
Ballet: O Lago dos Cisnes
Os elementos que fizeram do ballet “O Lago dos
Cisnes” a mais famosa obra de dança de todos os tempos foram: a técnica
impecável, muitos bons bailarinos em uma só obra, a coreografia, o cenário, as
várias danças e variações, o “chicote”, a dualidade da bailarina (Odete x
Odila) e toda a dramaticidade. É algo que toca o espectador!
Em minha opinião, é uma
obra muito lúcida, cheia de surpresas, dramas, pantomimas; o que muito me agrada.
Porém, dentre todos os aspectos supracitados, penso que a técnica absoluta, foi
o que mais cooperou para o sucesso d’O Lago dos Cisnes na época e para o seu
legado espetacular. Não deixando de lado, também, o encanto pela dança e
atuação da bailarina principal.
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Desenho Ornamental
Ornamento, segundo o dicionário Aurélio, significa adorno ou enfeite; ornamental, consequentemente, é aquilo que é usado como enfeite. Isto posto, podemos pensar um pouco acerca do que é o desenho ornamental.
A origem da arte ornamental, remonta ao fim do século XIX, onde surgiu a Arte Nouveau, movimento essencialmente decorativo, que inicialmente foi contemplado na arquitetura e no design, porém, acabou se alastrando pelas artes plásticas também. Na atualidade, percebemos de modo evidente, as influências deste movimento, não só nas artes, mas em nosso cotidiano.
A origem da arte ornamental, remonta ao fim do século XIX, onde surgiu a Arte Nouveau, movimento essencialmente decorativo, que inicialmente foi contemplado na arquitetura e no design, porém, acabou se alastrando pelas artes plásticas também. Na atualidade, percebemos de modo evidente, as influências deste movimento, não só nas artes, mas em nosso cotidiano.
O desenho ornamental, com
efeito, possui uma visibilidade enorme nos dias de hoje, sendo apreciado em
tatuagens, móveis, estampas, e também, na área do design. Segundo o texto “5 artistas especialistas em desenhos
ornamentais” do site da empresa Shutterstock,
que é uma agência de banco de
imagens, com sede em New York, o desenho ornamental “pode não estar no topo da lista de
passatempo de muitos designers, mas com certeza a arte do design ornamental
continua sendo tendência.”.
Neste texto são
apresentados 5 artistas: Ozerina Anna, Transia Design, Alex Makarova, Vikpit e Nataliia Litovchenko, (e em seus nomes
encontra-se o link para o portifólio de cada um dos artistas). Dentre estes,
nos atentaremos para duas artistas, em especial; Ozerina Anna, ilustradora,
artista vetorial e cinegrafista, e Transia Design, também ilustradora, artista
vetorial e cinegrafista. São dois mundos
diferentes, duas visões de designers e dois trabalhos impressionantes e
contemporâneos.
Ozerina, produz rótulos encantadores, diga-se de
passagem, inspirada particularmente, pelo estilo vintage (estilo que resgata elementos das décadas de 20 a 60), e
Transia, distingue-se de Ozerina, com seus desenhos étnicos super detalhados. O
que essas duas artistas tem em comum? O desenho ornamental. Analisando as obras
dessas duas artistas, individualmente e conjuntamente, avistamos quase que uma
harmonia entre seus trabalhos, mesmo tendo influências de estilos diferentes, a
raiz é a mesma.
É fundamental percebermos os vários desdobramentos em que
o ramo do desenho ornamental se apresenta. Se relembrarmos sua origem, podemos
enxergar que sua influência foi colossal, e o seu desenvolvimento, também.
Se torna muito interessante analisar o trabalho dessas
duas artistas, quando sem nos darmos conta, observamos uma mandala de Transia e
já nos lembramos de tatuagens que vimos por ai, ou quando vemos um rótulo
produzido pela Ozerina e já nos vem à mente uma garrafa de cerveja conhecida.
Engraçado como as artes se conversam, e de tempos em tempos, essa dialética
veio se tornando mais presente no campo artístico.
Por fim, fazendo um pequeno enlace, gostaria de colocar
em voga o trabalho da artista ucraniana, Nataliia
Litovchenko, que me chamou bastante a atenção. A delicadeza de como ela compõem
seus convites me fascinou, e o mais curioso, é que de algum modo, ela trouxe
para mim um resgate das duas artistas já comentadas, com seu estilo vintage onde, por vezes, utiliza-se das
mandalas. Nataliia utiliza cores que me agradam muito. Por inteiro, é um
trabalho maravilhoso!
Acesso ao site: http://www.shutterstock.com/pt/blog/5-artistas-especialistas-em-desenhos-ornamentais
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Comentário sobre obra fauvista.
Waterloo Bridge, 1906
Dos pintores do círculo fauvista, Derain é um que
muito me agrada. Suas cores puras, muito bem combinadas, e suas pinceladas
ferozes, dão ao mesmo um caráter peculiar.
A obra fauvista que eu
escolhi para fazer um comentário foi a “Waterloo
Bridge”, 1906, de André Derain. “As cores chegaram a ser para nós, cartuchos de
dinamite”, e como! Está frase pertence ao pintor deste belo quadro; e ao meu
ver, exprime o sentimento em relação às cores, e sua abundância. À primeira
vista, não lidei muito bem com todo esse sobejo de cores e essa forma grotesca.
Mas os fauves são assim mesmo, selvagens. Agora já o vejo com outros olhos...
Olhe bem para este quadro, remete-nos à um mosaico brilhante, voraz.
Derain, evidentemente,
usou as cores como dinamites, explodindo nosso olhar com impetuosidade,
compondo maravilhas fauves!
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Análise do documentário "É o bebê" à luz da teoria de Gesell
Conforme proposto pela professora de
Psicologia de Educação, o texto a seguir tem o objetivo de realizar uma breve análise
do documentário “É o bebê”, do canal GNT, ressaltando três aspectos que se
correlacionam com a teoria de Gesell.
As três características apresentadas
no documentário que foram levantadas foram as seguintes:
1.
Interação do bebê com seu meio;
2.
Visão;
3.
Noção espacial.
Isto posto, considerando o primeiro
aspecto, a “Interação do bebê com seu
meio”, pudemos observar que tal como aponta Gesell, é colocado que o meio
pode impulsionar o desenvolvimento do bebê, mas, não é ele quem o define. Como
postula o autor d’A criança de 0 a 5 anos,
“os fatores ambientais favorecem, infletem e modificam as progressões do
desenvolvimento, mas não lhes dão origem”.
Com referência ao segundo item, a Visão, tal como exposto no vídeo, “com
três semanas de vida os músculos mais ativos do bebê são os que controlam os
olhos”, ou seja, ela é o primeiro instrumento de conhecimento do mundo, após a
vida intrauterina. Como Gesell explicita, “Pouco tempo após o nascimento, o
bebê começa a olhar para os objetos, muito antes de ser capaz de tocá-los.
Olhar é uma reação ativa.”. O pensamento de Gesell harmoniza-se, então, com o
que nos é apresentado, revelando-nos que a visão é fundamental para o
desenvolvimento da mente, pois, é a partir dela, em princípio, que o bebê
explora o mundo, nas palavras de Gesell: “o bebê se assenhoreia do mundo físico
com os olhos muito tempo antes de o tomar nas mãos”.
Já com relação ao terceiro aspecto
levantado, a Noção espacial,
entendemos, com a seguinte colocação “desde nascido têm noção de profundidade,
mas não sabe do seu perigo em potencial”, que a percepção do espaço é
desenvolvida mais cedo, e com mais facilidade. Gesell declara que “Os conceitos
de tempo (duração) são, do ponto de vista do desenvolvimento, mais difíceis do
que os conceitos de espaço (grandeza)”, justamente pelo fato de que o tempo é
algo mais abstrato, enquanto a noção espacial é concreta.
Apresentado os três aspectos, podemos
nos referir, também, que o documentário que nós assistimos é uma amálgama das
teorias maturacionistas, perpassando por teóricos como Piaget, Wallon, e
também, Gesell, o autor que estudamos neste 3º bimestre.
Destarte, os aspectos levantados, que fazem
uma analogia com a teoria de Gesell, foram alguns dos muitos apresentados,
dentre eles, podemos citar a questão da busca por rostos durante os primeiros 2
meses e o reconhecimento dos rostos, o reflexo para andar, a imitação como
forma de aprendizagem, que por volta dos 4 meses os bebês já diferenciam as
linguagens, e o choro como forma de comunicação.
sábado, 19 de setembro de 2015
Les Demoiselles chocantes
Les Demoiselles d’Avignon, 1907
Pablo Picasso
Les Demoiselles d’Avignon
foi considerado um quadro radical. A obra teve uma recepção hostil, porém, não
foi o tema, que retrata prostitutas em um bordel, que chocou, e sim, o estilo
da pintura, onde Picasso reduz os corpos a formas geométricas. Não há muito
senso de profundidade espacial, e a perspectiva deslocada, é um tanto
perturbadora, forçando o olhar a mover-se pela tela a procura de sentido...
Picasso tinha interesse pela
escultura ibérica que pode ser notada neste quadro. A influência das máscaras
africanas também não passa despercebida, podendo ser evidentemente vistas nos
rostos das mulheres. Muitos dizem que esta obra exala uma sexualidade oculta,
que se torna evidente nas pinceladas enérgicas.
A obra foi uma quebra, tanto
em relação com às obras anteriores do artista, quanto em relação è própria
arte. É sensacional. Já ouvi muitas críticas sobre o quadro, mas com certeza
este é um dos meu preferidos do Picasso, tem algo muito peculiar, não sei se é
na composição espacial, unida a composição de cores, que me chama atenção. É
diferente, é estranho, e eu gosto disso.
REF.: Tudo sobre arte, Stephen Farthing.
REF.: Tudo sobre arte, Stephen Farthing.
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Consumo X Sustentabilidade
A aceleração da Sociedade NÃO Sustentável está intrinsicamente ligada ao consumismo. No vídeo disponibilizado no fórum 4, verificamos esta problemática a partir de olhos estadunidenses. Como considerado pela Annie Leonard, interlocutora, os Estados Unidos da América são uma “nação de consumidores”. Porém, não é apenas lá que há indícios (indubitavelmente comprovados) de uma sociedade consumidora. O ideal do "consumir para se sentir bem", formulado pouco tempo depois da 2ª Grande Guerra, foi propagado pelo mundo todo. O objetivo? R: Propiciar mais bens de consumo. “Quanto mais, melhor”.
Como sabemos, toda ação tem uma reação, e, reflexo disto nós conseguimos ver com nitidez: “Durante as três últimas décadas usamos 33% dos recursos naturais do planeta, nós cortamos, minamos, perfuramos.” Estamos ficando sem recursos naturais, estamos devorando o planeta! Transformando-o em lixo, pois, 99% do que consumimos, em questão de meses até, vai para o lixo.
Os impactos ambientais vêm crescendo exponencialmente, e hoje, a chamada consciência sustentável, vem tentando ser imposta por gente que pensa sustentavelmente, pessoas que compreendem a seriedade do assunto e propõe novos meios de produção, materiais e matérias alternativas, confrontando a “obsolescência planejada” e a “obsolescência perceptiva”, reciclando, para não usar e jogar fora.
De acordo com Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, uma sociedade sustentável “é aquela que satisfaz as suas necessidades sem diminuir as possibilidades das gerações futuras de satisfazer as delas", ou seja, uma sociedade que colabora para o bem mundial, tanto do planeta terra, quanto com a humanidade; sendo, então, uma sociedade que não é cegada pelo egoísmo.
Neste sistema, plenamente em crise, encontramo-nos emergidos num ciclo sem fim de "trabalhar, ver, comprar", sendo tapeados pela mídia e taxados de infelizes, encontrando, superficialmente, saciedade em produtos descartáveis que, em sua grande maioria, não dá para ser reciclado. O verdadeiro custo de todo esse circuito alienado não reflete nos custos, e sim, em nosso planeta, nosso único e querido planeta habitável, que aos poucos vem sendo deteriorado por nós mesmos, sem um pingo de compaixão. Pagamos com recursos (que se esgotam), com aumento de doenças e algumas crianças pagam até com o seu futuro.
“Sustentabilidade”, ainda vamos ouvir falar muito neste termo. Aspiramos, porém, que seja acatado com presteza, e não só apenas ouvido e jogado no lixo, como tudo o que viemos consumindo.
“Sustentabilidade”, ainda vamos ouvir falar muito neste termo. Aspiramos, porém, que seja acatado com presteza, e não só apenas ouvido e jogado no lixo, como tudo o que viemos consumindo.
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Obra Romântica
O viandante sobre um mar de nuvens
(1818)
Caspar David Friedrich
Kunsthalle, Hamburgo, Alemanha
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Escolhi esta obra romântica, pois, aprecio toda a
complexidade e o mistério contidos no simples retratar de um homem solitário,
em estado contemplativo, de costas para quem o observa, “sobre um mar de
nuvens”. Ele está no cume de uma montanha, como num precipício do seu próprio
eu! É um confronto, (ou mesmo um elo) da natureza do homem e a natureza,
esplêndida, tal qual o pintor retrata em seus diversos quadros de paisagens
alemãs: a natureza na sua voracidade e grandeza. Porque o romantismo também
representa o voltar os olhares à natureza, tão próxima do homem. Esteticamente
falando, o que mais me agrada é o ar místico, os tons de azuis, o cenário em si
e a grande névoa.
Curiosidade: Tão romântica como se apresenta, esta obra tornou-se
um dos ícones do homem romântico.
terça-feira, 8 de setembro de 2015
O ambiente na obra de Toulouse-Lautrec
Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa (1864-1901) foi um pintor pós-impressionista, conhecido por retratar em suas pinturas a vida boêmia parisiense do final do séc. XIX. Toulouse-Lautrec deixara para trás uma vida rarefeita no campo, de Languedoc, para mergulhar na camaradagem do mundo da arte e na vida marginal de Paris. Destarte, passara parte de sua vida, infelizmente curtíssima, nas ladeiras suburbanas de Montmartre, em cabarés; em suma, na vida noturna que a cidade das luzes lhe oferecia. Foi esse ambiente, plenamente boêmio, que o pintor representou em grande parte de suas pinturas.
As gravuras japonesas, nesta época, vieram como uma onda
de influência, junto com a fotografia, promovendo transformações nas pinceladas
de vários pintores, Toulouse-Lautrec foi um desses artistas, influenciado,
também, por Degas. Acerca do tema, Belinda Thomson (1999), em seu livro “Pós-impressionismo”,
argumenta que:
[...] a influência japonesa alcançava o nível
de moda nas ruas. Assim, não tanto por sua novidade, mas pelo momento em que
ocorreu, a mostra informal das gravuras colecionadas por Van Gogh foi fundamental
para Bernard, Anquetin e Toulouse-Lautrec.
Sendo
assim, podemos notar tamanha repercussão da arte japonesa nas pinturas dos
artistas deste período, inclusive de Lautrec, podendo ser mais bem verificada
em seus cartazes. É válido ressaltar que o pintor, além de pintar a vida boêmia
da Paris fin-de-siècle, foi um
litógrafo muy importante, revolucionando
a arte de fazer cartazes.
Em
seus menos de 20 anos de produção artística, pintou com tinta óleo, aquarela,
produziu cartazes, descobriu o seu lugar de inspiração na vida noturna e deixou
um legado solene. Entre os pós-impressionistas, Toulouse-Lautrec com certeza é
um dos pintores que está dentro do meu top
five. A maneira sutil como ele pintou a vida boêmia de Paris, para mim, é
encantadora. As cores, o traço, as expressões, a forma como ele enquadrou as
cenas; é um universo peculiar, todo “Toulouseano”.
Curiosidade:
Curiosidade:
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Palestra sobre a “Didática do Pensamento Crítico e Habilidades Cognitivas”.
O professor Laênio Loche (palestrante)
compartilhou conosco, no dia 21/08, a importância do pensamento crítico na vida
dos acadêmicos, ou seja, a capacidade de pensar por si só, questionando sempre!
O público alvo da palestra foram os cursos de licenciatura, lá estavam os
acadêmicos de Artes Visuais, Músicas, Pedagogia, entre outros.
Ele direcionou suas palavras à nós, porém,
nos fez entender que não são apenas os alunos que devem possuir um pensamento
crítico, mas, também, os professores, para que possam fazer seus alunos aprenderem
a pensar. Penso que esse foi o ponto fulcral de toda a palestra, pois, a
pós-graduação que nos estava sendo apresentada, tem o propósito aprendizagem de
uma didática do pensamento crítico.
Ademais, o palestrante nos retratou as
habilidades cognitivas necessárias para um pensamento crítico: analisar, avaliar, classificar, comparar,
definir, descrever, exemplificar, explicar, interpretar, sintetizar,
explicando-as uma a uma. Expôs, também, as competências argumentativas: argumentação, análise argumentativa,
avaliação argumentativa, falando de sua importância para uma boa elocução.
Isto posto, pudemos ponderar e chegar a
conclusão, juntos, de que principalmente no período em que nos encontramos,
sendo bombardeados por informações a todo instante, precisamos adquirir um
pensamento crítico para nos abstermos de simplesmente engolir a informação sem
mastigá-la, talvez seja essa a melhor maneira de ilustrar o que foi-nos
transmitido. Compreendendo, sobretudo, que ser crítico não é criticar tudo, e
sim, saber ser reflexível perante toda e qualquer situação que lhe é proposta;
ou imposta.
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
O estilo de Claude Monet
Monet foi fundamental para o desenvolvimento do
impressionismo, não fosse o quadro “Impressão”, quem sabe, hoje nem
reconheceríamos tal estilo como impressionismo. Mas a influência de Monet vai
além de uma nomenclatura, seus princípios e práticas, levados afinco até o fim
de sua vida, moldaram os ideais do movimento. Monet era conhecedor da época dos
gigantes, o Renascimento, dispunha de muita técnica, e o que fazia em seus
quadros era pura ciência, buscando retratar a impressão de um instante real da
vida cotidiana. Ele possuía um barco adaptado, com seus instrumentos de
pintura, foi neste barco que compôs algumas de suas obras mais extraordinárias.
Além de todos estes feitos, como viemos estudando, Monet abriu as portas para a
modernidade.
Mas só
conseguimos compreender tamanha importância no observando suas obras, que com
certeza ao vivo devem ter o triplo do impacto, como estas:
As papoulas silvestres, 1873
Arrival of the Normandy Train, Gare Saint-Lazare, 1877
Ou esta, em que Monet observou a estação de trem, com a
fumaça embriagante e a correria das pessoas. Os efeitos fugazes da luz e cor
foram captados pelo artista com grande maestria.
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Luis XIV e a dança
Luis XIV, também chamado de “O Rei Sol” por
sua performance no ballet da noite, teve um reinado longo e repleto de
realizações. Foi ele quem deu todo suporte para a dança se desenvolver e se
difundir pela França, transformando Paris em nada mais nada menos do que o
centro da arte na época em que reinou. Luis XIV demonstrava o seu poderio
através da arte, o palácio de Versalhes fala por si só... Ele foi um patrono da
arte, investindo muito em espetáculos, regulamentando a ópera, criando cargos e
estabelecendo salários, abrindo teatros, promovendo a abertura de escolas de
ballet (a primeira, inclusive) acurando, por consequência, o gosto do povo,
fazendo com que o ballet cada vez mais tivesse que dispor de técnica,
tornando-a cada vez mais importante.
Embora tenha surgido nas cortes italianas, o
ballet se consagrou em terrenos franceses e foi lá também, durante o reinado de
Luis XIV, que o mesmo saiu das cortes e foi para o teatro. Não fosse seu
espírito luxuoso e artístico exacerbado, a dança não teria se expandido pela
Europa tão rapidamente e com tanta força, e quem sabe, o ballet não teria se
desenvolvido com tal caráter pomposo.
William Turner: o romântico inovador.
Se
pensarmos que em cada época, existem ideais diferentes, culturas cultivadas sob
visões diferentes, e até mesmo os instrumentos dos artistas são diferentes...
Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que através das obras de arte,
patrimônio cultural e fonte de informações diretas sobre inúmeras sociedades,
pode-se contar a história da humanidade. Neste período que estudamos, mais
conhecido como uma revolução: o Romantismo, a intenção dos artistas era de
dramatizar, ou melhor dizendo, de dar emoção às suas obras. Diferente do
Barroco, é triste, um tanto melancólico, e foi nesta época em que começou-se a
imprimir o individual de cada artista em sua obra. Ou seja, o Romantismo abriu
as portas para o individualismo do ser humano, expondo sua visão de mundo em
suas pinceladas. Penso que a partir do Romantismo é que a história da
humanidade pode ser conhecida de modo mais íntimo e peculiar.
“William
Turner: o romântico inovador”, esse título foi colocado para dar ênfase às
inovações de Turner, um contemporâneo de seu tempo. Depois de Turner, a
concepção de pintor paisagístico mudara, natureza e homem foram atados; e o
inovador havia a dominado, expressando as emoções dos homens através da mesma,
produzindo paisagens intensas e nebulosas.
No
primeiro contato com a obra de Turner, a sensação que nos transmite é de
movimento e voracidade, um movimento constante das ondas, do mar, da água no
seu fluxo contínuo, a neblina pairando pelo céu e as imagens embaçadas, como
nossa visão, diante de tais cenas. Isso tem emoção, é intenso... É romântico. Mas
Turner não é apenas isso. Esse magnífico pintor foi um contemporâneo de seu
tempo, anunciando de modo sutil o que viria pela frente, o Impressionsimo,
através de sua impressão realista da natureza, apresentando-nos a sua imensa
força e demonstrando-nos domar a mesma.
A
obra que eu escolhi, “The Slave Ship”
(abaixo), fala por si mesma: brusca, violenta e sincera; com essas palavras, eu
a descreveria. O grande feito de J. M. W. Turner é inconfundível! Quando dizem
que Turner captou a natureza no seu modo mais intenso, não é balela. Suas
pinceladas têm vida, as cores que ele utiliza, dão contraste e fazem de suas
pinturas, algo distinto dentro da revolução romântica.
The Slave Ship, 1840
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Sobre a redução da maioridade penal.
A questão da maioridade penal é extremamente complexa e, a minha pretensão, ao me posicionar contra a (PEC) 171/93, não é de exaurir o assunto, mas proporcionar uma reflexão acerca deste tema, que é tão delicado, e que nos diz total respeito.
A violência existe e sempre existiu na sociedade, desde os seus primórdios, e ao Governo cabe a responsabilidade de lidar com os problemas sociais, ao passo que nós, cidadãos, também devemos colaborar para o bom funcionamento, mas até certo limite; por exemplo: uma criança que é espancada em casa, isso, de fato, reflete no seu comportamento, no seu psíquico e por conseguinte, no seu desempenho escolar. Ao professor, que sabe seus direitos e deveres enquanto cidadão, e que se preocupa com a educação de seu aluno, compete a função de denunciar este(s) pai(s), mas não de ir até a porta da casa dos mesmo tirar satisfação do que sucede. A lei existe para isso! Já dizia Aristóteles “o homem é um ser político”, e defende Ignácio Mendez Kersten em seu artigo “A constituição do Brasil e os Direitos Humanos” concordando com o filósofo: “com razão, pois, a vida em sociedade facilita a divisão do trabalho e, inclusive, a proteção de um grupo em face de outro.”.
Então, torna-se muito cômodo incumbir à instituição educacional o dever de acolher e suprir as necessidades destes jovens criminosos, como anda sendo pronunciado, esquecendo-se de que a mesma é apenas parte deste todo, que colabora, ou no caso da educação brasileira, que deveria colaborar, com a harmonia social (desde a boa convivência até a economia). Mas este é apenas um dos fatores que envolvem a questão da redução da maioridade penal.
De acordo com a Constituição Federal Brasileira, todos têm direito à “educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança (...)”, e se é dever do Estado, enquanto governo que rege o país, proporcionar segurança para os cidadãos, penso que colocar estes jovens de 16 anos de idade dentro de presídios, é não cumprir com este dever. Apoiando essa barbárie, consequentemente, apoia-se a má condução deste Estado, que explora o corpo e cabeça dos que fazem parte deste pedaço de mundo, que lutam todos os dias por melhores condições de vida, enquanto a desigualdade social bate à porta em todos os cantos do país, menos dos políticos, é claro, pois o tapa vista destes cavalos focalizam apenas em suas viagens, carros e mansões de luxo.
Que é mais barato investir na educação (ao invés de promover um corte de 9 bilhões de reais), do que na criação e ampliação de presídios, não se tem dúvidas. Mas não se esqueçam de que este Governo, nutrido até o topo de corrupção, não quer gente que pense, gente que sabe o que é direito e o que é dever. Gente que, sabendo então dos seus direitos e deveres, os reivindicam.
Não podemos colocar a lei contra nós mesmos; agora se pensa em reduzir a maioridade penal para 16, logo será para 14. Levando em conta que este mesmo jovem de 16 anos, que tem idade para ser preso, terá passagem livre para tirar a carteira de habilitação e ir para a rua, não se esquecendo, também, como apontam as pesquisas, que a reincidência de quem vai preso, no nosso país, é de 70%, ou seja, após passar um tempo (longo ou curto) nos debilitados presídios do Brasil, 7 em cada 10 dos criminosos voltam a cometer os mesmo crimes ou até piores. Devemos então, buscar uma solução, ou cegar nossos olhos para a barbaridade, a falta de alteridade, e o desrespeito colocando todos numa prisão?
segunda-feira, 29 de junho de 2015
Ballet Romântico x Artes Visuais
Primeiramente... A relação existente entre o ballet
romântico e o romantismo nas artes visuais, pode ser enxergada quando reparamos
num cenário de ballet romântico. O clima misterioso do 2º ato (mundo
espiritual), parece mais um quadro de algum pintor romântico, como por exemplo
Caspar David Friedrich e suas paisagens alemãs.
Com o ballet romântico, ouve uma metamorfose estética
das bailarinas. Verificamos isto, diferenciando a La fille mal gardée e a La
Sylphide, onde na segunda peça, as bailarinas são pálidas, magérrimas, ao
contrário da primeira, onde parecem mais “comuns” à nós. Essa mudança foi
provocada a princípio, pela busca da emoção que os bailarinos românticos
tencionavam. A fragilidade da pequena bailarina, contrastava com as tragédias
das histórias e a imensidão da natureza selvagem.
O ballet de ação
De ballet da corte, o estilo de dança foi desenvolvendo a técnica e
consequentemente os espetáculos, até surgir um movimento inovador que veio a influenciar
todo o ballet posterior. A narrativa na dança, criada por Jean-Georges Novérre,
principal nome da “reforma no ballet”, deu ao ballet um novo estilo: o ballet
de ação. Antes de Novérre, as peças tinham mímicas, mas não uma ação completa,
foi ele então quem introduziu a narrativa envolta por pantomimas no ballet. Os
propósitos difundidos por Novérre, em sua famosa Letters sur la Danse, são válidos até os dias atuais, sendo a sua
ideia central, manifestar ideias e paixões através dos movimento. Após a
idealização desta nova forma de dança, Novérre abriu espaço para a pantomima no
ballet, aproximando-o do teatro, onde há uma coreografia embasada numa
história. Tal evento trouxe a dança, de vez por todas, para dentro dos teatros.
O ballet La Fille Mal Gardée, criado
por Daubervaul, passado em sala pela professora, como vimos, é um exemplo de
ballet de ação, em que a todo o momento os bailarinos nos demonstram o que está
acontecendo na história dramática, ou seja, a narrativa nos vai sendo
apresentada através da dança-ação, e vamos interpretando os movimento, como se
estivéssemos vendo uma peça de teatro dançada.
Penso que Novérre aproximou o ballet do público, cativando e
emocionando, atravessando a limitação mecânica das técnicas (que não podem ser
deixadas de lado, é claro) dando um novo sentido. Ele revolucionou, deixando
seu nome para a posterioridade, e suas ideias que perduram até os dias de hoje.
Introdução.: Digital Art (segundo bim.)
Optei por trabalhar com um artista digital, justamente pelo fato de o
conteúdo central ser a Arte Digital. Para construir a
identidade visual do trabalho, então, me inspirei nas obras de Vera Molnár, uma
das pioneiras da Arte Digital. Na capa, sumário e introdução, utilizei a obra “25 Carrés” (1990/91),
manipulando-a para a composição das páginas. Já no livro, marcador e cartaz da
disciplina, “Gothique” (1990), foi a obra designada como parâmetro para a
construção visual de cada criação digital.
Dentre tantos artistas,
escolhi a Molnár por afinidade. Em grande parte de suas obras, a artista
trabalha com formas geométricas, prevalecendo nestas o uso de quadrados e
retângulos, construindo obras encantadoras, como “Estruturas quadradas” (1989),
cheias de movimento e aglomerado de cores que agradam o olhar de quem as observa.
Na criação do encarte de CD,
adotei duas obras da fotógrafa Francesca Woodman. A banda fictícia se chama
“ALAR”, de dar asas e elevar. Pensei primeiro na artista e depois no nome da
banda, secundariamente, idealizei como seria o estilo: instrumental, com uns
vocais distorcidos, como num vulto da Woodman, numa produção musical Lo-Fi, um
tanto eletrônica, bem caseira, e, profundamente tocante; Algo que faça o
ouvinte ALAR! Os nomes das músicas fictícias foram pensados a partir de uma “ordem
de devaneio”, para o ouvinte tresloucar dançando, como numa dança macabra dos
tempos medievais.
Já na criação da colagem
digital, além da Woodman, me inspirei num trecho de um poema da Sylvia Plath,
chamado Espelho: “Não faço pré-julgamentos. /O
que vejo engulo de imediato/Tal
como é, sem me embaçar de amor ou desgosto. /Não
sou cruel, simplesmente verídico /O
olho de um pequeno deus, de quatro cantos. /Reflito
todo o tempo sobre a parede em frente. /É
rosa, manchada. Fitei-a tanto/Que
a sinto parte do meu coração. Mas cede.” As obras dessas duas
grandes mentes suicidas entrelaçam-se de maneira sublime, como se a Woodman
capta-se fotograficamente os poemas de Plath, ou vice-versa. Tão belo, e tão
romântico, onde a beleza é oriunda da tristeza que emociona e encanta.
Pop Art
A Pop Art surgiu na Inglaterra em meados dos anos 50,
mas é bem no começo da década de 60, que ela não somente surge nos EUA, mas é
reconhecida como movimento. O ano de 1962, foi de suma importância na “vida”
dessa arte, foi o ano em que ocorreram as primeiras exposições dos artistas
considerados notáveis neste movimento. Foi nesse meio que surgiu: Roy
Lichtenstein e seus cartoons, Andy
Warhol e as reproduções em silkscreen
e o escultor Claes Oldenburg.
É válido ressaltar,
que a Pop Art não foi recebida de braços abertos por todos e que o intuito dos
artistas com as obras Pop, em geral, não eram os mesmos. Não é a toa que
Stephen Farthing cita em seu livro Tudo
Sobre Arte que “A pop arte nunca foi um movimento coerente. Cada artista
tinha seu projeto e suas trajetórias.”. Na Inglaterra, berço da Pop Art, por
exemplo, os artistas demonstraram certo encantamento pelo american way life, mas não podemos ignorar o período pós-guerra
pelo qual perpassavam, pois, estavam olhando para o futuro com certo otimismo
do reerguimento norte-americano.
Quando
falamos em Pop Art a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas, geralmente,
são os quadrinhos, as celebridades da época, colagens, repetições e produtos,
muitos produtos. Essa arte abre um leque gigante no que diz respeito aos seus
conteúdos, mas se une como um todo nas suas características visuais, ou seja, a
estética. Os artistas usavam materiais distintos -como a tinta acrílica,
poliéster, látex- as cores eram fortes, e as técnicas variadas, indo de
colagens à serigrafia. A Arte Pop é considerada uma arte irônica, que “brinca”
com os produtos de massa e o consumismo da sociedade.
Enquanto de um lado, existiam
artistas pop que faziam obras passíveis de serem interpretadas como criticas à
moderna sociedade de consumo, de outro, haviam artistas interessados mesmo em
contrapor a distinção artificial dos críticos entre cultura “de elite” e
cultura “de massas” e a sofisticação elitista do “bom gosto” tradicional.
Entretanto,
houve um artista, Andy Warhol, um tanto quanto peculiar, que merece nosso
destaque. Não tem como falar em Pop Art, sem citar este artista provocante e
apreciador da fama. “Warhol, em contraste, procurou eliminar de sua obra os
valores artísticos tradicionais. Em seu estúdio de Nova York, provocativamente
batizado de “A Fábrica”, ele se propôs a produzir imagens por meio de processos
impessoais, proclamando que elas não tinham nenhum valor, salvo o monetário no
inflacionado mercado da arte” dizendo ainda que aprendera “a ver a arte
comercial como verdadeira arte e a verdadeira arte como arte comercial.”.
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